O dólar comercial terminou o pregão desta quarta-feira (10) com a maior queda em mais de um mês. A saber, a moeda americana tombou 2,41%, fechando o dia cotada a R$ 5,6521. E o principal fator que provocou essa forte retração da divisa foi o avanço da votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados. Muitos investidores também ficaram de olho em declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso acabou jogando para o lado a situação calamitosa pela qual passa o Brasil com a pandemia da Covid-19.
Em resumo, a PEC Emergencial é um dispositivo que trará o Auxílio Emergencial de volta. É claro que há outros pontos trazidos com o texto, como a desvinculação de recursos para a administração tributária. Isso até provocou uma greve de 48 horas entre os servidores da Receita Federal. Mas o mercado ficou de olho, principalmente, no retorno do Auxílio Emergencial.
Muito se especulava se a volta do benefício afundaria ainda mais a saúde fiscal do Brasil, sem contar no respeito ao teto de gastos. No entanto, com um texto bem mais enxuto que a versão inicial, a PEC conseguiu aprovação em dois turnos no Senado Federal, na semana passada, e, ontem (10), mais uma vez, passou no primeiro turno na Câmara. Agora, falta passar pelo segundo turno e, em seguida, ser aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Apesar da situação do Brasil estar completamente preocupante, com a vacinação seguindo a passos lentos e a pandemia alcançando novos recordes de casos e mortes, o mercado preferiu deixar isso um pouco de lado no pregão de ontem. Dessa forma, uma PEC sem modificações, como a exclusão de policiais do congelamento de salários, que foi solicitada por Bolsonaro, deixou o mercado menos receoso.
Veja outros pontos que puxaram o dólar pra baixo
Além disso, vale mencionar as declarações de Lula na tarde de ontem. Ele afirmou que o auxílio “só pode parar quando chegar emprego”. Ele ainda citou o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que fez postagens no Twitter elencando diferenças entre Lula e Bolsonaro, enaltecendo o primeiro e criticando o atual presidente. “Se o Rodrigo Maia quiser conversar, ele não tenha dúvida. Eu estou aberto a conversar com qualquer pessoa sobre democracia, vacina, auxílio emergencial, emprego. E se quiser dar um passo a mais e conversar sobre tirar o Bolsonaro, eu estou mais feliz ainda”, disse Lula.
Por fim, a aprovação do pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão na Câmara de Representantes dos Estados Unidos ajudou a enfraquecer o dólar. O Senado americano já havia aprovado o pacote, que, agora, só depende da assinatura do presidente Joe Biden.
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