Após três pregões em alta, mantendo-se invicto em 2022, o dólar, enfim, caiu. No pregão desta quinta-feira (6), a moeda norte-americana recuou 0,65% e fechou o dia cotada a R$ 5,6790. Na semana, ainda acumula um avanço de 1,87% ante o real.
As preocupações que dominaram os últimos pregões não foram tão intensas nesta quinta. O cenário internacional se mostrou mais calmo, não por notícias positivas, mas pela falta das negativas. Na verdade, o foco dos investidores está nos Estados Unidos, que devem divulgar nesta sexta (7) os dados mais atuais do mercado de trabalho.
A saber, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, divulgou na véspera a ata da sua última reunião, que definiu para março o encerramento dos estímulos na economia dos EUA. O documento revelou que os juros no país podem subir mais fortemente do que o esperado.
Em resumo, a inflação nos EUA segue bastante elevada e o Fed segue sofrendo pressão para elevar os juros e conter a inflação. Os juros mais altos aumentam a rentabilidade dos títulos soberanos do país, considerados o ativo mais seguro do planeta. Assim, a tendência é de aumento do ingresso de recursos nos EUA, fortalecendo o dólar. Mas nem isso fez a divisa avançar nesta quinta.
Variante Ômicron e riscos domésticos também ficam de lado
Há outros dois fatores que fortaleceram o dólar nos últimos pregões: a variante Ômicron e os riscos fiscais. No primeiro caso, não houve novidades sobre estudos envolvendo a Ômicron. A cepa possui uma transmissibilidade nunca vista, mas a letalidade continua bem menos expressiva, o que alivia um pouco a situação.
Já em relação ao cenário doméstico, a saúde fiscal do Brasil não sai do radar dos investidores. Os desdobramentos da PEC dos Precatórios e toda a bola de neve que a proposta irá gerar pesarão nas últimas sessões, bem como as expectativas para as eleições presidenciais do país. No entanto, a expectativa para os dados dos EUA deixou tudo isso de lado e fez os investidores buscarem ativos de risco.
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