O dólar teve um forte desempenho no início deste ano. No entanto, após subir 2,5% na primeira semana de 2022, a moeda norte-americana só fez cair. Aliás, a divisa até chegou a superar os R$ 5,70 nos primeiros dias do ano. No entanto, sua cotação caiu pela quarta semana seguida e a moeda fechou o pregão desta sexta-feira cotada a R$ 5,32.
Nesta semana, o dólar acumulou uma queda de 1,29% ante o real. Nem mesmo o avanço de 0,47% no pregão de hoje alterou o resultado. Na parcial de 2022, a divisa acumula uma desvalorização de 4,56% ante o real.
O que mais repercutiu internamente na semana foi a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Em suma, o comitê elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual (p.p.), para 10,75% ao ano. Assim, a taxa básica de juros alcançou o maior patamar em quase cinco anos.
Diante desse cenário, o real mais atraente do que o dólar. Isso ocorre porque a rentabilidade dos ativos atrelados à Selic passam a pagar mais. Dessa forma, o Brasil se beneficia com o aumento da entrada de recursos estrangeiros. Por consequência, o real também avança nessa situação, em detrimento da moeda americana.
Embora isso seja positivo para os investidores, não o é para a população do país, em geral. Na verdade, os juros mais altos encarecem o crédito no país, afetando o consumo da população e os investimentos produtivos. Com isso, ficam enfraquecidos o PIB brasileiro, além do emprego e da renda no país.
Veja o que mais influenciou a cotação do dólar na semana
No cenário doméstico, os investidores também seguem preocupados com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata de cortes de tributos sobre combustíveis. De acordo com cálculos do Ministério da Economia, essa PEC pode gerar uma perda de até R$ 54 bilhões por ano para a União.
O mercado também aguarda a chegada de março, mês em que o Federal Reserve (Fed), BC dos EUA, encerrará os estímulos no país. O banco também sinalizou a elevação dos juros no próximo mês. Da mesma forma que o real, o dólar se beneficia nesse cenário, pois os juros mais altos atraem mais investidores para os EUA. Resta saber qual divisa ganhará mais no ano.
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