O dólar comercial fechou o pregão desta quarta-feira (23) cotado a R$ 5,0037. A saber, esse é o menor patamar para a moeda norte-americana desde 30 de junho de 2021 (R$ 4,9728), ou seja, em quase oito meses. Na parcial de 2022, a divisa acumula uma forte desvalorização de 10,24% ante o real.
O principal fator que vem derrubando o dólar neste ano são os juros elevados no Brasil. Em suma, o Banco Central (BC) elevou no início deste mês a taxa básica de juros do país pela oitava vez consecutiva. Com isso, a Selic chegou a 10,75% ao ano, maior patamar em quase cinco anos.
Na comparação com os Estados Unidos, os juros no Brasil estão bem mais elevados. Na maior economia mundial, a taxa de juros está entre 0% e 0,25%, nível adotado desde o início da pandemia da Covid-19. No entanto, isso deve mudar já no próximo mês, quando o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, deve promover o primeiro avanço dos juros desde a decretação da crise sanitária.
Vale destacar que os EUA saem na frente do Brasil na questão de segurança fiscal. Em resumo, o país é bastante seguro para os investidores, que colocam seus recursos no país sem preocupações. Contudo, no Brasil, os riscos são bem mais elevados, mas isso não está afastando os investidores. Na verdade, os altos juros, que tende a tornar os ativos mais atrativos, estão atraindo cada vez mais estrangeiros para o país.
Cenário internacional também afeta cotação do dólar
Além disso, os investidores continuam preocupados com a escalada de tensão no leste europeu. Em síntese, a Rússia continua com tropas na fronteira com a Ucrânia. Aliás, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os russos podem invadir o país vizinho a qualquer momento e que isso deve ocorrer através da capital ucraniana Kiev.
Os países ocidentais já anunciaram sanções contra a Rússia. Por exemplo, o presidente dos EUA, Joe Biden, revelou que o governo americano vai impor sanções à empresa Nord Stream 2 AG, que é responsável pela construção do gasoduto Nord Stream 2 da Rússia. Já a União Europeia pode lançar um segundo pacote de sanções, que pode incluir controle de exportação.
No âmbito doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a prévia da inflação oficial do país ficou em 0,99% em fevereiro. A taxa veio acima do esperado pelo mercado (0,85%) e foi a mais elevada para meses de fevereiro desde 2016 (1,42%).
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