O dólar caiu nesta terça-feira (9) para o menor patamar em quase um mês. A saber, a moeda norte-americana encerrou o pregão em queda de 0,80%, cotada a R$ 5,4968. Esse é o menor nível desde 15 de outubro (R$ 5,4545). Embora tenha recuado no dia, a divisa ainda acumula uma valorização firme de 5,97% em 2021 ante o real.
Mais uma vez, o assunto que mais repercutiu entre os investidores foi a PEC dos Precatórios e todos os seus desdobramentos. Em resumo, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta em 1º turno na semana passada e a previsão é que a votação em 2º turno ocorra ainda nesta terça.
Vale destacar que o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, protocolou um mandado de segurança após a votação em primeiro turno na Câmara. O mandado questionava o rito de votação da PEC. Por isso, a ministra Rosa Weber, relatora no Supremo Tribunal Federal (STF) desta ação, estabeleceu um prazo de 24 horas para que a Mesa Diretora da Câmara e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), expliquem a votação sobre o texto.
Os analistas passaram a acreditar que a votação não ocorreria hoje. Contudo, a própria ministra Rosa Weber negou o pedido de parlamentares para suspender a tramitação da PEC. Isso animou os investidores, que se desfizeram dos seus dólares, pressionando a moeda para baixo.
A propósito, a PEC consiste na principal aposta do governo federal para financiar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. E, quanto mais tempo durar essa novela dos precatórios, mais riscos de o governo encontrar outras formas para fazer os pagamentos do benefício e colocar o teto de gastos em perigo.
Dados externos também repercutem e impactam dólar
Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos Estados Unidos subiu 0,6% em outubro após o avanço de 0,5% em setembro. Ambos os resultados se referem ao comparativo mensal. Aliás, o avanço em outubro veio em linha com as projeções de analistas.
Por sua vez, o núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis, teve alta de 0,4% no mês. Esse avanço ficou abaixo das estimativas do mercado (+0,5%), mas superaram a alta de setembro (+0,2%).
Em suma, estes dados são muito importantes para o mercado, pois eles dão indícios de quando o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevará os juros no país. A expectativa é que isso só ocorra em meados de 2022. Contudo, quanto mais alta a inflação no país, mais provável que esse prazo seja adiantado e os juros cresçam antes que o esperado.
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