O dólar americano caiu 0,96% nesta terça-feira (10) e encerrou o pregão cotado a R$ 5,1967. Com esse resultado, a moeda americana passa a acumular queda de 0,25% em agosto, mas ainda registra leve valorização na parcial do ano ante o real, de 0,18%.
Na sessão, os investidores repercutiram diversos temas. Um dos principais foi a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho. Em resumo, a inflação oficial do país variou 0,96% no mês, maior nível para julho desde 2002.
A saber, uma inflação mais alta indica que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) continuará elevando a taxa básica de juros do país, a Selic. Aliás, nesta terça, houve a divulgação da ata da última reunião do Copom, que decidiu elevar a taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano.
Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país. Assim, o dólar acaba perdendo força diante o real com os aumentos da taxa básica de juros. E, como a expectativa é que a Selic continue subindo no decorrer do ano, os investidores preferiram vender seus dólares nesta terça.
PEC do voto impresso e dados dos EUA também influenciam dólar
Também não houve como deixar de lado a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. A propósito, a Câmara dos Deputados deverá votar hoje a proposta. E foi nesta terça que também ocorreu a exibição de blindados das Forças Armadas e de armamentos. O ato contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
Aliás, diversos deputados e senadores afirmaram que isso foi uma tentativa de intimidação por parte do presidente aos parlamentares, visto que Bolsonaro é a favor do voto impresso. O ato das Forças Armadas também ganhou repercussão internacional.
Por fim, os investidores continuaram repercutindo a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos em julho. A saber, o Departamento do Trabalho norte-americano registrou a criação de 943 mil novos postos de trabalho no mês passado no país.
Esse forte ritmo de recuperação aumenta as expectativas de interrupção dos estímulos na economia americana pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Em síntese, o Fed já afirmou que reduzirá os estímulos, bem como elevará os juros, assim que o mercado de trabalho mostrar força e estabilidade.
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