O dólar acumulou perdas de 1,13% na semana passada e caiu para R$ 5,4526. No entanto, a moeda norte-americana recuperou a desvalorização recente e aumentou ainda mais seus ganhos acumulados no ano ante o real. A saber, a divisa saltou 3,22% nesta semana e agora está cotada a R$ 5,6282.
Nesta sexta-feira (22), o dólar caiu 0,65%, mas isso não mudou o resultado semanal. Na verdade, a moeda teve forte alta na maioria dos pregões da semana. Assim, o resultado de hoje só conseguiu reduzir levemente os ganhos, que estavam próximos de 4%.
Em resumo, a semana se iniciou com preocupações globais envolvendo as maiores economias do planeta. Em relação aos EUA, a produção industrial do país caiu 1,3% em setembro, segundo recuo seguido. Já da China, o que repercutiu foi o Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 4,9% no terceiro trimestre. A taxa frustrou as expectativas de analistas (5,0%) e evidenciou a desaceleração da retomada chinesa.
Na terça (19), informações sobre o possível anúncio do governo federal sobre o valor do Auxílio Brasil fez o dólar disparar. Em suma, o Auxílio Brasil entrará em vigor no país a partir de novembro e terá o valor de R$ 400 até dezembro de 2022. O objetivo da medida é angariar mais votos para o presidente Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2022.
Auxílio Brasil aumenta temor em relação à saúde fiscal do país
Na quarta-feira (21), o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez declarações bastante preocupantes sobre o novo programa social. Isso fez o dólar disparar quase 2% no pregão da quinta (21). E isso aconteceu porque o ministro afirmou que a equipe econômica tenta viabilizar meios de alterar o teto de gastos públicos, tido como âncora fiscal do país.
Para financiar o Auxílio Brasil, Guedes afirmou que uma das opções é criar uma “licença para gastar” com o programa assistencial. Como a saúde fiscal do país vai mal das pernas há tempos, o mercado reagiu negativamente às declarações. Além disso, o país enfrenta uma inflação bastante eleva, que puxa consigo os juros praticados. E o aumento de gastos públicos só aumenta a inflação.
O resultado dessa equação é o brasileiro com um poder de compra cada vez menor. Já em relação ao mercado de câmbio, o dólar até poderia estar caindo nestes dias, visto que juros mais elevados tornam o real mais atraente, pois pagam melhor. Contudo, o temor de calote do governo, que pode não conseguir pagar todas as dívidas que vem fazendo, segue incentivando os investidores a buscarem o dólar em vez do real.
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