O dólar encerrou o pregão desta quarta-feira (24) em leve queda de 0,24%, cotado a R$ 5,5948. Embora a moeda norte-americana tenha recuado no dia, a divisa ainda permanece com uma valorização expressiva de 7,86% ante o real em 2021.
Nesta quarta, os investidores seguiram atentos ao cenário doméstico. Em resumo, a PEC dos Precatórios continua repercutindo fortemente no mercado. A saber, a proposta adia o pagamento dos precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e altera o teto de gastos (regra que limita as despesas do governo à inflação de 12 meses).
A PEC deverá gerar ao governo uma folga fiscal de R$ 106,1 bilhões. Assim, haverá mais dinheiro para que os gastos do governo em ano eleitoral. Aliás, a PEC é a principal aposta governista para pagar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. E o principal objetivo dessaa medida, segundo analistas, é conquistar votos para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, o aumento dos gastos públicos impulsiona a inflação, que já se encontra nas alturas no país. Como consequência, o Banco Central (BC) também eleva os juros básicos, já o tendo feito por seis vezes apenas neste ano. Isso até torna o real mais atrativo, pois os retornos para os investidores são maiores, mas nem isso está enfraquecendo o dólar nos últimos tempos.
Veja o que mais repercutiu na cotação do dólar no dia
Além disso, os investidores acreditam que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, poderá elevar os juros do país antes do esperado. A saber, o banco vem injetando US$ 120 bilhões por mês no país através da recompra de títulos desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020.
Em suma, o Fed começará o processo de redução de estímulos na economia americana em dezembro, diminuindo o montante em US$ 15 bilhões por mês até que as injeções cessem de vez. Por isso, a expectativa é que os juros americanos comecem a subir em meados de 2022.
Contudo, a ata da última reunião do Fed revela que diversos integrantes da entidade mostraram disposição a acelerar o processo de redução de estímulos caso a inflação continuasse alta. E o Departamento de Comércio revelou nesta terça que a taxa atingiu o maior patamar em 31 anos.
O Departamento de Trabalho dos EUA também divulgou a quantidade de pedidos de auxílio-desmemprego na semana passada. Em síntese, as solicitações foram as menores em 52 anos, ou seja, desde 1959.
Por fim, a Fundação Getulio Vargas mostrou que a confiança do consumidor caiu em novembro.
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