O dólar comercial fechou o pregão desta quarta-feira (10) com uma leve queda de 0,2%, cotado a R$ 5,3716. Apesar de a moeda norte-americana ganhar impulso com as preocupações envolvendo a saúde fiscal do Brasil e o retorno do auxílio emergencial, ela não conseguiu registrar alta no dia. E o que segurou o avanço da divisa nesta quarta foi o cenário externo mais otimista.
Em resumo, os mercados globais estão muito atentos com o progresso das negociações sobre o plano de estímulo de US$ 1,9 trilhão do governo Joe Biden. A saber, o programa contará com cheques diretos à população afetada pela pandemia da Covid-19 nos EUA. Vale ressaltar que o aumento no ritmo das campanhas de vacinação em diversos países e a recuperação da economia global elevam os ânimos dos investidores. E esse otimismo enfraqueceu o dólar no dia.
Ao mesmo tempo, na China, o índice de preços ao produtor avançou em janeiro, na comparação com o mesmo período de 2020. Isso é um grande resultado, visto que, nessa base comparativa anual, essa é a primeira vez no período de um ano que o índice fica positivo. Além disso, o indicador conseguiu o maior avanço desde maio de 2019.
Incertezas internas fortalecem dólar
Por outro lado, no cenário interno, houve bastante insegurança envolvendo o retorno do auxílio emergencial. O benefício, que foi disponibilizado para as parcelas mais vulneráveis da população brasileira em 2020, ganha cada vez mais força. O problema, segundo os analistas, envolve a situação fiscal do Brasil, que continua muito delicada. Ao mesmo tempo, muitos não conseguem imaginar de onde o governo irá retirar dinheiro para financiar novas rodadas do auxílio, ou seja, há muito receio em relação ao teto de gastos públicos, que corre risco de ser perfurado mais uma vez. E a população mais vulnerável continua desamparada nesta segunda onda de infecções e mortes provocadas pela pandemia da Covid-19, que continua avançando no Brasil.
Por fim, também vale mencionar que o IBGE divulgou os dados do volume de vendas do varejo brasileiro em 2020. Em resumo, o setor varejista conseguiu crescer 1,2% em 2020 e emendou a quarta alta seguida. Essa notícia positiva também não conseguiu reverter a alta dólar.
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