Após cinco semanas consecutivas de alta, o dólar, enfim, caiu. E isso aconteceu graças ao resultado do pregão desta sexta-feira (15). A saber, a moeda norte-americana tombou 1,10% na sessão e fechou o dia cotada a R$ 5,4526. Na semana, o recuo foi praticamente o mesmo (-1,13%).
No entanto, o dólar continua acumulando forte valorização na parcial de 2021, de 5,12% ante o real. Inclusive, a moeda só não encerrou a sexta semana em alta graças ao Banco Central (BC), que injetou bilhões de dólares no mercado de câmbio nesta semana.
Em resumo, o BC realizou ofertas extraordinárias de até US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial tradicional nos três últimos pregões da semana. Essa atuação mais firme do BC deu mais segurança aos investidores, que deixaram o dólar de lado e buscaram o real. O resultado foi a queda da moeda americana no acumulado semanal.
Embora o BC tenha ajudado a enfraquecer o dólar, a divisa ainda se mantém em patamar bastante elevado. Em 2021, a moeda não fechou nenhum pregão abaixo de R$ 4,90. Aliás, o valor da dólar encerrou o dia acima de R$ 5,00 em mais de 96% das sessões.
Veja o que mais repercutiu na semana e impactou o dólar
Durante a semana, os investidores repercutiram a redução dos estímulos realizados pelo Federal Reserve (Fed) na economia norte-americana. O Fed é o banco central dos EUA e deve começar a reduzir as injeções mensais em novembro ou dezembro. A cada mês, o banco reduzirá US$ 15 bilhões, de um total que está em US$ 120 bilhões.
Dessa forma, o Fed deve parar de injetar estímulos no país em meados de 2022. Contudo, o banco afirmou que os juros não subirão necessariamente quando os estímulos chegarem de vez ao fim. Isso aliviou o mercado, que se desfez do dólar na semana.
Em suma, quanto mais altos os juros dos EUA, mais atraentes ficam os títulos e a própria moeda americana. No entanto, como o Fed afirmou que não é certeza que os juros subirão nos próximos meses, os operadores se sentiram livres para buscar outras moedas emergentes, como o real.
Por fim, o cenário doméstico continua preocupando com a inflação elevada, que impulsiona a taxa básica de juros, justamente para evitar um avanço ainda maior da taxa inflacionária. Além disso, o país continua enfrentando uma forte crise hídrica, que resulta em muitas dificuldades energéticas.
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