Após uma sequência de cinco pregões consecutivos de alta, o dólar comercial recuou nesta quinta-feira (16). A saber, a moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 0,47%, cotada a R$ 5,6786. Com o acréscimo desse resultado, a divisa acumula uma valorização de 9,47% ante o real em 2021.
Nesta quinta, o dólar também estava subindo na sessão. Contudo, para conter o avanço da divisa, o BC agiu e realizou mais um leilão. Em resumo, a entidade vendeu US$ 830 milhões em moeda à vista através de ofertas extraordinárias em contratos de swap cambial tradicional. Assim, a intervenção do BC no mercado de câmbio conseguiu enfraquecer o dólar, que caiu no dia.
Vale destacar que essa é a quarta vez em cinco pregões que o BC faz esse tipo de intervenção no mercado de câmbio. Dessa forma, o total injetado pela instituição financeira nesses tipos de operação chegou a US$ 3,372 bilhões nos últimos dias nesta quinta-feira.
Aprovação da PEC dos Precatórios repercute no dia
Além disso, os investidores repercutiram a aprovação da PEC dos Precatórios pela Câmara dos Deputados na véspera. Em suma, a aprovação ocorreu após o fechamento do último pregão. Por isso, a repercussão de tal decisão só foi sentida na sessão desta quinta.
A saber, a proposta abriu um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões para o governo gastar em 2022, ano eleitoral. Aliás, a PEC adia o pagamento dos precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e altera o teto de gastos (regra que limita as despesas do governo à inflação de 12 meses). O texto foi promulgado nesta quinta pelo Congresso Nacional.
O mercado ainda repercutiu a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, de antecipar o encerramento dos estímulos na economia norte-americana. Com isso, o Fed poderá elevar a taxa de juros no país mais cedo para tentar segurar a inflação elevada.
Em síntese, essa decisão do Fed beneficia o dólar, ainda mais diante de moedas emergentes, como o real. Isso porque juros mais elevados nos EUA tendem a fazer os títulos soberanos do país terem uma rentabilidade mais alta. E esse é considerado o ativo mais seguro do planeta, ou seja, o ingresso de recursos nos EUA deve crescer e fortalecer ainda mais o dólar nos próximos meses.
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