O mês de novembro teve início com mais um avanço do dólar. Nesta quarta-feira (1º), a moeda norte-americana fechou o pregão em alta de 0,59% e está cotada a R$ 5,6703. Com o acréscimo do resultado de hoje, a divisa passar a acumular uma forte valorização de 9,31% ante o real em 2021.
Em resumo, os investidores estão acompanhando de perto a PEC dos Precatórios. A saber, a proposta adia o pagamento dos precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e altera o teto de gastos (regra que limita as despesas do governo à inflação de 12 meses).
Dessa forma, a PEC deverá gerar ao governo uma folga fiscal de R$ 106,1 bilhões, ou seja, o governo terá mais dinheiro para aumentar seus gastos em ano eleitoral. Aliás, a PEC é a principal aposta governista para pagar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Vale destacar que boa parte do mercado torce para a aprovação da PEC no Senado Federal. Não que o adiamento das dívidas do país seja uma coisa boa, mas, pelo menos, reduz as incertezas sobre o futuro. Em suma, com um caminho definido, não há especulações sobre nova decretação de estado de calamidade ou outras tentativas de o governo aumentar os gastos públicos.
Variante ômicron preocupa e dólar sobe
Além disso, os mercados permanecem temerosos em relação à nova variante da Covid-19, a ômicron. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a ômicron como uma variante de preocupação. Assim, a cepa entrou para o grupo das poucas variantes de preocupação do novo coronavírus já sequenciadas, juntamente a alfa, beta, delta e gama.
No início desta semana, a OMS também afirmou que a variante representa um “risco global muito alto”. Em síntese, as cinco variantes citadas possuem maior transmissibilidade ou virulência ou até mesmo reduzem a eficácia das vacinas, quando não fazem tudo isso ao mesmo tempo. E o maior temor do mercado é que a ômicron reduza a eficácia das vacinas.
Aliás, as preocupações envolvendo a ômicron se justificam, pois a variante possui dezenas de mutações na proteína spike, “chave” da maioria dos imunizantes. Contudo, vale ressaltar que “até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante ômicron”, disse a OMS em um documento técnico.
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