Hoje (03), o dólar bateu o recorde de R$ 5,77, sem mesmo que chegasse ao fim do dia. Após as intervenções de Bolsonaro sobre a Petrobrás, ele saiu de R$ 5,44 e passou a aumentar diariamente. Mesmo que o Banco Central invista em moedas de câmbio e leilões, a atitude não está sendo o suficiente.
Mas, segundo especialistas, isso ocorre por um motivo óbvio: ninguém deseja investir em países emergentes e instáveis com dívidas de R$ 5 trilhões, é mais prático e seguro optar pelo dólar. A moeda norte-americana já subiu quase 10% neste ano. O valor mais próximo a esse foi em maio de 2020 que chegou a R$ 5,73.
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Se não bastasse, a situação ficou ainda pior quando sugeriu retirar os impostos de ICMS. Após isentar as cobranças federais em 5%, a estatal subiu os valores na mesma porcentagem, anulando todos os feitos. “Não se tem mais certeza do que pode acontecer”, diz Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama.
Ações da Petrobrás decaíram em 5,33% e fizeram o dólar aumentar
Após Bolsonaro sugerir que retirassem Castello Branco, as ações começaram no outro dia com a decadência de 5,33%. Ao todo, o prejuízo de mercado foi de R$ 400 bilhões, tanto que Paulo Guedes afirmou que seria melhor ter dado R$ 100 bilhões aos caminhoneiros. Existem apenas três pontos para que a moeda chegue a valer seus R$ 6: 5,77 reais, 5,90 reais e só então os 6 reais.
“Se a inflação aparecer mais rapidamente do que se espera, bancos centrais do mundo todo vão ser obrigados a retirar os estímulos mais cedo”, diz Motta.
No Brasil, a próxima tentativa deve ser a redução de estímulos monetários. É isso o previsto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima reunião. Atualmente, a taxa está em 2% ao ano e deve ficar ainda menor.
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