Documentos enviados à CPI da Covid-19 mostram que o Ministério da Saúde admitiu que a cloroquina, e também outros medicamentos que fazem parte do chamado “kit Covid”, são ineficazes contra o vírus.
Conforme o documento, que veio à tona nesta quarta-feira (14), “alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados”, diz um trecho do comunicado.
De acordo com o Ministério da Saúde, os medicamentos são os seguintes:
- Hidroxicloroquina ou cloroquina;
- Azitromicina;
- Lopinavir/ritonavir;
- Colchicina;
- E plasma convalescente.
Nesta semana, após um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE), duas normas técnicas foram entregues à Comissão. Segundo o documento, a ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados.
Sendo assim, “esses medicamentos não devem ser utilizados em pessoas com Covid-19”. Esses remédios, citados pelo Ministério da Saúde, são amplamente defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e chegaram a ser indicados pelo aplicativo da pasta, TrateCov, em Manaus, no Amazonas, em janeiro. À época, o estado vivia seu auge da crise de oxigênio.
CPI apura gabinete paralelo
Atualmente, a cúpula da CPI apura a suposta existência de um gabinete paralelo no Ministério da Saúde. Os senadores querem saber se essa organização teve alguma influência no atraso da compra de vacinas e no favorecimento da aquisição de medicamentos do “kit Covid”.
Possíveis integrantes do grupo
Assim como publicou o Brasil123, a CPI da Covid-19 divulgou uma primeira lista de testemunhas que são investigadas pela Comissão porque são suspeitas de integrarem o gabinete e insistirem na compra de medicamentos sem eficácia contra o vírus.
De acordo com a cúpula da CPI, esses investigados são:
- O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello;
- O ex-chefe da comunicação do governo, Fábio Wajngarten;
- As médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi;
- E o ex-chanceler Ernesto Araújo.
Além dos citados, outras pessoas também estão na lista de investigados, como: o ex-assessor do Ministério da Saúde, Elcio Franco; o conselheiro do presidente, Arthur Weintraub; o empresário Carlos Wizard; e o atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
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