A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que a bandeira tarifária para o mês de abril de 2023 continuará verde.
Assim, com condições favoráveis para a geração no País, a sinalização indica que não haverá custo adicional nas contas de energia elétrica dos consumidores, cenário que permanece desde abril de 2022.
Bandeira tarifária verde
Cabe explicar que a bandeira verde, válida para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), reflete a melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, beneficiados com o período de chuvas.
A saber, o SIN é a malha de linhas de transmissão de energia elétrica que conecta as usinas aos consumidores.
O diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, destacou a relevância da manutenção da bandeira verde, que demonstra a oferta de eletricidade suficiente para atendimento à demanda. O sistema de bandeiras tarifárias “possibilita que os consumidores conheçam mensalmente a situação da geração de energia”, ressaltou.
Ainda mais, é importante mencionar que a ANEEL atualiza constantemente suas projeções de acionamento das bandeiras tarifárias. Então, com os dados até aqui realizados, se considera bastante provável o acionamento da bandeira verde para todo o ano de 2023.
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Cenário favorável
A oferta abundante de recursos de origem hidráulica tem proporcionado condições favoráveis para a produção de energia no país.
Desse modo, em 28 março de 2023, o SIN atingiu o nível de 85,1% de armazenamento e os principais reservatórios do país ainda apresentam tendência de elevação, diante da manutenção do aporte de energia hidráulica em patamares igualmente elevados.
Sendo assim, a previsão é de que o período úmido se encerre com alto grau de armazenamento nas hidrelétricas (patamares próximos a 90%).
Portanto, essa condição traz uma perspectiva otimista para a composição da oferta de energia também durante o período seco.
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Entenda o mecanismo da bandeira tarifária
O Brasil é um dos países mais dependentes da energia hidrelétrica do mundo. Cerca de 65% da energia elétrica é produzida em hidrelétricas, o restante provém principalmente de termelétricas e da geração eólica.
Antigamente essa dependência era ainda maior, mas com o apagão causada pela seca em 2001, esse quadro começou a ser questionado. Desde então, tem diminuído gradualmente essa proporção que as hidroelétricas ocupam.
Então, como a produção elétrica nessas hidrelétricas dependem de reservas de água da chuva e de degelos, podem surgir momentos em que fica mais difícil produzir eletricidade.
Os padrões de consumo também dependem da época do ano, por exemplo, ares condicionados e ventiladores são mais usados em épocas do ano onde o tempo está mais quente.
Dessa forma, existem variações da oferta e demanda de energia elétrica. Coincide que a época do ano mais quente no Brasil ocorre próximo do período de maior seca. Então é época onde a maior demanda encontra a menor oferta.
Quando as reservas das usinas estão altas, e o consumo de energia baixo, não há problema, mas quando as reservas estão baixas e o consumo alto, é necessário ativar mais usinas termelétricas para gerar eletricidade, e essas tem o custo de operação maior que as hidroelétricas.
Por isso, é preciso aumentar o preço da energia elétrica para forçar o consumo a diminuir e para refletir esse aumento do custo de geração.
Entra aqui, portanto, o sistema de bandeira tarifária, que indica o aumento do valor da tarifa, e foi criado em 2015 como objetivo de sinalizar para o consumidor o real gasto com a produção de energia.
Quando a conta de luz é calculada pela bandeira tarifária verde, não há nenhum acréscimo.
Já quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos, que variam de R$ 2,989 (bandeira amarela) a R$ 9,795 (bandeira vermelha patamar 2) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Por fim, vale mencionar que quando a bandeira de escassez hídrica vigorou de setembro de 2021 a 15 de abril de 2022, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.
Com informações da Agência Nacional de Energia Elétrica
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