O período de campanha da disputa presidencial durante o segundo turno têm sido marcado por um embate direto entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos eleitores do Nordeste e do Sudeste. Propaganda eleitoral, comícios e publicações em redes sociais buscam mobilizar os eleitores dessas regiões.
Segundo especialistas, a atenção redobrada às duas regiões, que concentram cerca de 70% do eleitorado, ocorre porque, mais uma vez, elas serão decisivas este ano.
Ao realizar uma análise mais profunda dos dados do primeiro turno de 2022 comparado com 2018 mostra o tamanho do desafio de Lula e Bolsonaro.
O Nordeste é uma região que tem dado forte votação para os candidatos do PT desde 2006. Este ano, Lula abriu uma vantagem de 12,9 milhões de votos sobre Bolsonaro.
Nesse sentido, a diferença é muito superior ao que Haddad obteve no primeiro turno de 2018. Naquela eleição, o petista recebeu 7,1 milhões a mais que Bolsonaro.
A disputa presidencial pelas regiões
O grande desafio do presidente Jair Bolsonaro nesse segundo turno passou a ser o de reduzir a diferença para Lula no Nordeste e, ao mesmo tempo, ampliar a vantagem no Sudeste, nesta grande disputa presidencial.
Tradicionalmente, os candidatos do PT conseguem minimizar a vantagem dos adversários no Sudeste com expressivas votações no Nordeste. Bolsonaro obteve 23,4 milhões de votos no Sudeste, quase repetindo o desempenho do primeiro turno de 2018, quando recebeu 23,9 milhões.
A vantagem este ano sobre o candidato do PT, porém, foi de pouco mais de 2,4 milhões sobre Lula. Quatro anos atrás, a diferença de Bolsonaro para Haddad no primeiro turno de 2018 tinha sido 15,2 milhões de votos.
Além disso, é no Sudeste também que concentra a maior votação dos demais candidatos, que disputaram com Lula e Bolsonaro. Juntos, eles conseguiram 4,8 milhões de votos.
Nos votos totais, Lula terminou o primeiro turno com uma vantagem de 6,1 milhões de votos, principalmente pelo peso da sua votação no Nordeste. Bolsonaro conseguiu reduzir a ampla vantagem do petista no Nordeste com a vitória no Sul (3,1 milhões de frente) e Centro-Oeste (1,4 milhões de frente).
A investida pelo poder
As duas regiões, marcadas por um contraste político-social, tornaram-se o foco, mais uma vez, na disputa presidencial. Por um lado, o ex-presidente Lula aposta novamente na sua força pelo Nordeste e focou em avançar pela região Sudeste, a fim de elevar o seu número de votos.
Já o presidente Bolsonaro, que precisará de uma virada de pouco mais de 6 milhões de votos, aposta em MG, com o apoio do governador reeleito, Romeu Zema.
Com isso, a vantagem adicional que Bolsonaro terá em MG e em outros estados do Sudeste, é a grande aposta do presidente para tentar virar o jogo nesta eleição de segundo turno.
Vale lembrar que o segundo turno das eleições presidenciais e também para governadores, em alguns estados, está marcado para o dia 30 de outubro, próximo domingo.