Os brasileiros estão se preparando para a eleição presidencial mais importante e dramática da história do país, com o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, popularmente conhecido como Lula, que vem liderando as pesquisas contra o atual presidente, Jair Bolsonaro . No entanto, com os eleitores a meses de comparecer em outubro, a eleição encontra-se longe de ser uma vitória garantida para Lula, o que muitos apoiadores esperavam.
Entenda o caso
A disputa é essencialmente de mão dupla com o atual presidente de extrema-direita, Bolsonaro, que progrediu nos últimos meses, mas foi prejudicado pelo aumento dos preços e pelo desemprego. O confronto entre o ex-soldado linha-dura e o ex-líder trabalhista é referendado por duas visões muito diferentes para o futuro do Brasil.
Bolsonaro propõe uma economia neoliberal enquanto Lula busca reavivar os gastos sociais para melhorar as condições do cidadão comum. Desse modo, se nenhuma dessas propostas obtiver a maioria absoluta, um segundo turno de votação será realizado no final de outubro.
Base de Bolsonaro
Bolsonaro se beneficia do poder de seu cargo, de sua base ativa e aliados políticos influentes. Desse modo, o atual presidente espera influenciar os eleitores indecisos, em um momento onde o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o ex-governador do estado de São Paulo João Doria desistiram da disputa.
Além disso, o presidente está determinado a apelar aos sentimentos conservadores dos brasileiros. A estratégia, que obteve sucesso em 2018, busca desviar a atenção da crise econômica e das 666.000 mortes por Covid-19 que ocorreram sob sua liderança. No entanto, o governo Bolsonaro saúda a instauração do Auxílio Brasil como substituto do Bolsa Família, principal política social do governo este ano, pagando uma média de R$ 224,41 aos beneficiários.
Outra medida social comentada pela base do presidente diz respeito ao Vale-gás, aprovado pelo Congresso em outubro e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro de 2021. O auxílio social busca minimizar o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, beneficiando cerca de 14,6 milhões de pessoas, inscritas no Cadastro Único, com R$ 52 a cada dois meses.
Lula vs Bolsonaro
A maioria dos eleitores diz que suas condições econômicas se deterioraram sob Bolsonaro e que a economia terá um grande impacto em seus votos.
Importante destacar que, segundo os dados divulgados pela PNAD Contínua, há uma queda relevante da massa de rendimentos dos brasileiros. Desse modo, o brasileiro que recebia, em média, R$ 2.789 em março do ano passado, recebeu em março deste ano, cerca de R$ 2.548, representando uma redução de 8,7%. Por outro lado, de 2003 a 2010, Lula afirma que presidiu um período de extraordinária prosperidade econômica e defendeu medidas para reduzir a desigualdade. No entanto, a desigualdade no Brasil não diminuiu, de acordo com um estudo realizado pelo Banco de Dados de Riqueza e Renda.
Segundo a pesquisa, os 10% mais ricos aumentaram sua participação na riqueza nacional de 54% para 55% durante o período, e capturaram 61% da expansão econômica. Além disso, vários dados negativos demonstram um crescente aumento da corrupção no país, fato que Bolsonaro vem pregando em seus discursos. Em suma, a eleição presidencial do Brasil em outubro caminha para uma disputa dramática sobre o futuro do país.