Uma operação da Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta-feira (12), um diretor de uma clínica de repouso acusado de ter mantido 33 mulheres aprisionadas em celas com condições desumanas em um estabelecimento localizado na cidade de Crato, no interior do Ceará.
Segundo a corporação, no local, estavam abrigadas idosas e internas com idades que variam de 30 a 90 anos. Ao chegar na clínica, o diretor Fábio Luna dos Santos, de 35 anos, alvo da operação, foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Crato.
De acordo com a Polícia Civil, a captura do suspeito aconteceu durante o cumprimento de um mandado de prisão preventiva contra ele após a entidade ter recebido denúncias de abuso sexual contra duas vítimas.
Todavia, ao chegar no local, os agentes notaram que o caso era muito mais grave do que se imaginava. Isso porque, na clínica, os policias constataram que as mulheres que estavam lá viviam em condições desumanas, presas em celas com cadeados e sem condições mínimas de higiene.
Conforme narra Camila Brito, titular da DDM de Crato, o local cheirava mal, pois, além das mulheres, contava com animais, não tinha ventilação e restos de comidas podiam ser vistos pelo chão. “O lugar era fétido, tinha mau-cheiro, não tinha ventilação, havia restos de comida dentro de baldes espalhados, cinco cachorros de médio porte, porcos”.
Ainda conforme Camila, o local não tinha nenhuma condição física de abrigar todas as mulheres lá. “Eram quartinhos parecidos com celas, minúsculos, cubículos. E elas ficavam trancadas de cadeado. Realmente, uma situação lamentável que deixou toda a equipe consternada”, disse.
Por conta do flagrante, o diretor também acabou sendo autuado pelos crimes de maus-tratos e cárcere privado. Por fim, Camila ainda relata que o suspeito também é investigado por violência física, psicológica e apropriação dos benefícios das internas que viviam na clínica.
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