Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entrou de férias após o Ministério Público Federal (MPF) ter pedido seu afastamento por 90 dias. Assim como publicou o Brasil123, o órgão, em sua solicitação, alegou que ele fez uso indevido do cargo durante a campanha eleitoral deste ano.
A informação sobre as férias de Silvinei Vasques foi revelada pelo portal “UOL” nesta quinta-feira (17). De acordo com o site, o pedido para ficar ausente foi feito na quarta-feira (16), um dia depois que o Ministério Público Federal pediu que ele fosse afastado.
No pedido, o MPF listou situações ocorridas durante a campanha eleitoral em que, no entendimento dos membros do órgão, o diretor pediu votos irregularmente para o presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o MPF, Silvinei Vasques vinculou nos últimos meses, de forma constante, mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social que o associavam à imagem da instituição PRF e ao presidente da República, que foi candidato à reeleição.
Na visão dos procuradores do MPF, constatou-se “a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”.
Ainda no pedido feito pelo MPF, o órgão lembra postagem de Silvinei Vasques nas redes sociais, na véspera da votação do segundo turno, em que o diretor da PRF, assim como publicou o Brasil123, pediu votos para Bolsonaro.
“Não é possível dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, argumenta o MPF.
Além disso, também destaca-se o inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) que investiga uma blitze da PRF no dia do segundo turno da eleição. Na ocasião, contrariando determinação da Justiça, agentes comandados por Silvinei Vasques pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores, impedindo assim essas pessoas de votarem.
Por fim, o pedido, feito antes do anúncio das férias, para reafirmar a necessidade de afastamento, também lembra que Silvinei Vasques é alvo de uma investigação por conta de sua conduta diante dos bloqueios ilegais de rodovias promovidos por apoiadores de Bolsonaro que não aceitam sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o MPF, há indício de omissão da PRF por motivos políticos.