Sérgio Ricardo Faustino Batista, que desempenhava o cargo de diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa Econômica Federal, foi encontrado morto no final da noite de terça-feira (19) por um vigilante na sede da instituição financeira, em Brasília, no Distrito Federal. Ele, que era funcionário de carreira do banco, chegou na empresa em 1989 e, em 2022, após um processo seletivo, assumiu o posto que exercia até então.
Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal relatou que, em um primeiro momento, a morte do executivo foi registrada como suicídio. Também em um comunicado, a Caixa, além de lamentar o caso, informou que está contribuindo para a apuração do fato.
Na Caixa, Sérgio Batista era o chefe da área onde denúncias via canal de atendimento criado pela empresa chegam. Para lá, são encaminhadas denúncia de qualquer tipo: de corrupção a assédio sexual. Uma dessas denúncias levou à queda do ex-presidente do banco Pedro Guimarães.
Sérgio Batista era, inclusive, muito próximo de Pedro Guimarães. De acordo com informações da jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, antes de se tornar diretor, o executivo encontrado morto foi assessor estratégico do ex-presidente do banco e ainda atuou como consultor dele.
As denúncias contra Pedro Guimarães chegaram à diretoria comandada por Sérgio Batista em maio e a Polícia Civil quer saber se o ex-presidente da Caixa conversou com o executivo sobre o assunto. Por conta disso, há algumas semanas, o celular de Sérgio Batista foi confiscado para perícia.
Supostos assédios na Caixa
Assim como publicou o Brasil123 no mês de junho, uma publicação do portal “Metrópoles” revelou que funcionárias da Caixa denunciaram Pedro Guimarães, afirmando que sofreram assédio sexual dele. Nos relatos, as mulheres afirmaram que a maioria dos assédios ocorreu durante viagens a trabalho.
Segundo a reportagem, mulheres discutiam denunciar o presidente da empresa desde o ano passado, mas tinham receio do efeito que isso poderia causar, visto que Pedro Guimarães fazia questão de demonstrar a sua influência no governo e junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Todavia, após uma reunião e inúmeros relatos, as mulheres resolveram levar o caso ao MPF, que abriu uma investigação para apurar o caso e ouviu vítimas dizendo que Pedro Guimarães agia de maneira inapropriada, com toques íntimos não autorizados, convites inapropriados e outras formas de assédio – o departamento comandado por Sérgio Batista também afirmou ter recebido as denúncias e as encaminhado para as autoridades competentes.
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