Um diplomata do Irã foi condenado por planejar um ataque frustrado contra um grupo de oposição do governo exilado na França. Assadollah Assadi, de 49 anos, que trabalhava na embaixada iraniana em Viena, foi condenado a 20 anos de prisão pelo tribunal de Antuérpia, na Bélgica.
Além Assadi, três cúmplices belgas de origem iraniana foram também condenados a pena de 15 a 18 anos de prisão, bem como à perda da nacionalidade belga.
A conspiração tinha como alvo uma manifestação liderada pela exilada líder da oposição iraniana Maryam Rajavi. Foi a primeira vez que um oficial iraniano enfrentou tais acusações na União Europeia desde a revolução de 1979. Outros três também foram condenados. Eles foram presos durante uma operação conjunta das polícias alemã, francesa e belga.
Por sua vez, o governo do Irã insiste que a trama foi uma invenção. Dezenas de milhares de pessoas participaram do comício de junho de 2018 fora de Paris. De acordo com reportagem da BBC, Assadi foi preso na Alemanha em junho de 2018.
O advogado de acusação Georges-Henri Beauthier disse que a decisão mostrou duas coisas: “Um diplomata não pode simplesmente fazer qualquer coisa. Ele tem imunidade relacionada à sua posição, ele não tem imunidade para atos criminosos e terroristas que cometeu.”
Reação do Irã
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores iraniano contestou a prisão, julgamento e condenação de Assadi. O governo do Irã chamou o processo como “ilegal e uma clara violação do direito internacional, especialmente a Convenção de Viena de 1961 (sobre relações diplomáticas)”.
Maryam Rajavi, a líder do grupo atacado, descreveu a condenação como “uma vitória brilhante para o povo e a resistência do Irã e uma pesada derrota política e diplomática para o regime”. Ela afirmou que a conspiração foi autorizada nos mais altos escalões do Irã, pelo presidente e líder supremo. Além disso, Rajavi ressaltou que o governo foi encarregado de executá-la.
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