Dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontaram que o preço médio do litro do diesel nos postos do país voltaram ao patamar anterior ao da guerra na Ucrânia. Na semana passada, o valor do litro do diesel nos postos atingiu o valor de R$5,76, menor valor após quase 14 meses do início da guerra, iniciada oficialmente em 24 de fevereiro de 2022, quando forças armadas russas atacaram o leste da Ucrânia.
Para efeito de comparação, o preço do diesel saiu de R$5,81 na primeira semana de março para R$7,57 em junho, uma alta de aproximadamente 30% em apenas três meses. A partir de junho, os valores foram sendo gradualmente reduzidos em todo o mercado e, só a partir deste mês, mais precisamente na última semana, o diesel apresentou valores do patamar pré-guerra na Ucrânia
O início da guerra entre os dos países causou um choque global nos preços do barril de petróleo, principalmente após o estabelecimento de uma série de sanções do ocidente contra a Rússia, diminuindo a oferta de petróleo russo para todo o mundo. É importante lembrar que a Rússia é um dos maiores produtores mundiais de petróleo.
Em relação ao Brasil, além da disparada do preço do petróleo, houve um outro atenuante para aumentar os preços no mercado interno, o preço do câmbio disparou. A guerra criou uma versão ao risco por parte de investidores, retirando dólares de circulação em nosso mercado, que já se encontrava com muitas incertezas devido às eleições presidenciais. Embora Rússia e Ucrânia continuem em guerra, o choque na economia mundial foi reduzido, com readequação ao cenário.
Preço do diesel e outros combustíveis ditam ritmo da inflação
Os combustíveis são um dos principais influenciadores na inflação brasileira. Uma parte bastante considerável da economia utiliza o diesel, a gasolina e o etanol para diversas situações, seja no ônibus que realizam o transporte de trabalhadores, nos caminhões que realizam o frete de produtos de uma ponta a outra do Brasil, em máquinas de agricultura, etc.
Sendo assim, qualquer alteração no preço do combustível impacta diretamente na inflação, o maior exemplo disso foi no ano passado, quando houve a desoneração dos impostos sobre os combustíveis. O impacto foi tanto que, durante alguns meses consecutivos, foi registrada deflação no IPCA, ajudando o preço dos produtos não atingirem patamares elevados no acumulado do ano.
No entanto, as perspectivas sobre o preço do petróleo ainda são negativas. Atualmente, os dados das economias mundiais apontam que o mundo vem caminhando para uma recessão, o que deve pressionar o preço do petróleo. Inclusive, a OPEP+ já anunciou cortes na produção e pretende anunciar mais alguns a partir de maio, restringindo ainda mais o mercado global.
Caso as perspectivas se confirmem, a tendência é que o preço do diesel e da gasolina no Brasil sofra com aumentos. A única coisa que poderia estabilizar o preço seria uma situação em que o câmbio diminuísse junto ao aumento do petróleo, no entanto, o cenário do câmbio depende de muitos outros fatores e é difícil termos uma previsibilidade adequada.
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