Os combustíveis foram os verdadeiros vilões da inflação no Brasil em 2021. A variação média dos combustíveis para veículos ficou em 49,02% no ano passado no país, taxa quase cinco vezes maior que a inflação no país, que subiu 10,06% no ano. E os altos preços observados no ano passado ficarão ainda mais elevados em 2022.
Nesta quinta-feira (10), a Petrobras anunciou o segundo aumento dos combustíveis no ano. A partir de amanhã (11), o diesel ficará 24,9% mais caro nas refinarias do país. Com isso, o preço do combustível mais usado no Brasil saltará de R$ 3,61 para R$ 4,51, alta de R$ 0,90 por litro.
Já a gasolina terá um aumento de 18,8% nas distribuidoras. Dessa forma, o preço passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, reajuste de R$ 0,61 por litro.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”, informou a estatal em comunicado.
Além disso, a Petrobras também afirmou que decidiu não repassar de imediato a volatilidade dos preços do petróleo ao consumidor. Contudo, o prolongamento da guerra, que chegou hoje ao seu 15º dia, tornou insustentável a permanência dos preços nos mesmos patamares.
Petróleo acumula forte alta e impulsiona preços dos combustíveis
Vale destacar que os preços dos combustíveis dispararam devido à valorização do petróleo nos últimos tempos. Na verdade, a commodity já vinha apresentando um forte desempenho desde janeiro. Contudo, os conflitos no leste europeu aumentaram os temores globais sobre a oferta de petróleo, impulsionando os seus preços internacionais.
Como a gasolina e o diesel são derivados da commodity, as variações registradas nas últimas semanas elevaram os custos de produção da estatal. Ao mesmo tempo, não há expectativas sobre o fim dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, pelo menos no curto prazo. Por isso, a Petrobras afirmou que não poderia continuar com os mesmos preços, quando os custos estão muito mais elevados.
Na quarta-feira (9), os preços do petróleo despencaram mais de 12%, após falas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. De acordo com ele, o país está disposto a fazer concessões, desde que a Rússia também esteja disposta a fazer o mesmo.
Contudo, mesmo com esse tombo, o petróleo acumula uma valorização de mais de 16% desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia. No ano, os ganhos superam os 47%.
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