Seguidores de Jair Bolsonaro promovem na manhã deste sábado (1º), feriado do Dia do Trabalho, atos de apoio ao presidente.
Com carro de som e manifestantes vestidos nas cores verde e amarela e portando bandeiras do Brasil, a caminhada no Rio de Janeiro se deu na orla de Copacabana, na Zona Sul da cidade.
O evento, de acordo com o Centro de Operações da prefeitura do Rio, provoca bastante aglomeração e retenção no trânsito em vias próximas.
Em São Paulo, apoiadores do presidente ocuparam parte da Avenida Paulista durante o ato “Supremo é o Povo”.
Os manifestantes protestaram contra o Supremo Tribunal Federal e o governador paulista João Doria.
Eles criticaram as medidas de restrição social implantadas pelo tucano.
Em Brasília, a manifestação foi marcada por cartazes pedindo intervenção militar e cassações de deputados, senadores e de magistrados.
Durante a manifestação, o slogan repetido pelos militantes era a frase “eu autorizo”, em alusão a uma suposta “autorização” para o presidente dar início a uma intervenção militar.
Os manifestantes fizeram carreata ao longo da Esplanada dos Ministérios e se concentraram próximo ao gramado do Congresso Nacional.
Presença de parlamentares
Deputados federais e integrantes do governo participaram do ato, como Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e Caroline de Toni.
Eduardo cumprimentou manifestantes e usava máscara no queixo.
Já Caroline fez uma transmissão ao vivo.
Ela é alvo de investigação em tramitação no Supremo Tribunal Federal que apura a organização e realização de atos antidemocráticos, com ataques às instituições.
O secretário especial da Pesca, Jorge Seif, um dos mais próximos auxiliares de Bolsonaro, participou da manifestação e também fez transmissão ao vivo nas redes sociais.
Organização nas redes sociais
As manifestações pelo país foram organizadas com o intuito de criticar as medidas de isolamento social e defender a volta das atividades normais, com o argumento de que o brasileiro precisa recuperar a sua liberdade para trabalhar.
O uso da data para criticar uma das principais ferramentas utilizadas por governadores e prefeitos para conter a pandemia ocorre no momento em que o país ultrapassou a marca de 400 mil mortos pelo novo coronavírus.
Tradicionalmente, as manifestações do Dia do Trabalho são lideradas pelas centrais sindicais, mas tanto em 2020 quanto neste ano os atos ocorrerão virtualmente por conta da pandemia.
A movimentação bolsonarista repercute um dos principais discursos do presidente, que se tornou um crítico quase diário das políticas de isolamento social.
Na última segunda-feira (26) ao atacar governadores em conversa com simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente voltou a falar sobre o assunto:
Chegou a hora de o Brasil dar um novo grito de independência, de que não podemos admitir alguns pseudo-governadores quererem impor a ditadura no meio de vocês, usando do vírus para subjugá-los.
Nas redes sociais, apoiadores e políticos bolsonaristas falam exatamente em um “grito de independência” e em fazer da data um “dia histórico”.
Além de criticar as medidas restritivas, as postagens sobre a manifestação nas redes sociais atacam o Supremo Tribunal Federal, pedem intervenção militar e defendem a reeleição de Bolsonaro.