O Vaticano decretou nesta segunda-feira (15) que a Igreja Católica não pode abençoar as uniões do mesmo sexo, uma vez que Deus “não pode abençoar o pecado”. O escritório ortodoxo do Vaticano emitiu a decisão em uma resposta formal a uma pergunta sobre se o clero católico pode abençoar o casamento gay.
A resposta, que veio na forma de uma explicação de duas páginas, publicada em sete línguas e aprovada pelo Papa Francisco, foi “negativa”. O decreto distinguia entre as boas-vindas e bênçãos da Igreja aos gays, o que era sustentado, mas não suas uniões, uma vez que qualquer reconhecimento sacramental poderia ser confundido com casamento.
O Vaticano afirma que os homossexuais devem ser tratados com dignidade e respeito, mas que o sexo gay é “intrinsecamente desordenado”. O ensino católico afirma que o casamento, uma união vitalícia entre um homem e uma mulher, faz parte do plano de Deus e tem como objetivo a criação de uma nova vida.
De acordo com o documento, visto que os não têm a intenção de fazer parte desse plano, eles não podem ser abençoados pela igreja. “Deus não abençoa e não pode abençoar o pecado: Ele abençoa o homem pecador, para que ele reconheça que faz parte de seu plano de amor e se permita ser mudado por ele”.
O documento ainda ressalta que a Igreja condena como pecado qualquer relação sexual realizada fora do matrimônio, mesmo entre heterossexuais.
Casamento gay e a Igreja Católica
O papa Francisco já havia endossado o fornecimento de proteção legal aos casais homossexuais em uniões do mesmo sexo, mas isso se refere à esfera civil, não dentro da Igreja.
Em 2003, o mesmo escritório do Vaticano emitiu um decreto semelhante dizendo que o respeito da Igreja pelos gays “não pode levar de forma alguma à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal de uniões homossexuais”. Conforme esse raciocínio, o Vaticano não apenas toleraria o “comportamento desviante”, mas criaria uma equivalência ao casamento, que a Igreja considera uma união indissolúvel apenas entre homem e mulher.
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