Quatro dias após um deslizamento de terra destruir casas de uma vila na Noruega, equipes de resgate continuam as buscas por sobreviventes neste sábado (2). Três corpos foram encontrados, mas ainda há desaparecidos.
O trabalho de resgate é feito em meio ao rigoroso inverno norueguês com temperaturas que chegam a marcar -10°C. Além disso, o número limitado de horas de luz do dia na Noruega nesta época do ano dificulta a operação.
Ainda há temores de mais erosão porque o terreno é frágil e não consegue suportar o peso do equipamento de resgate. Por isso, as buscas incluem patrulhas com cães, helicópteros e drones com câmeras que detectam calor.
As equipes ainda procuram em meio a prédios em ruínas e escombros por pelo menos sete pessoas desaparecidas. A polícia norueguesa prometeu não reduzir a busca, embora uma equipe de resgate da vizinha Suécia já tenha voltado para casa. De acordo com a chefe da polícia local, Ida Melbo Oystese, algumas pessoas podem ter sobrevivido graças às bolsas de ar dentro de edifícios parcialmente intactos.
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Estragos
O deslizamento de terra é o pior da história moderna da Noruega. Uma colina inteira desabou na vila de Ask, com 5 mil habitantes e a 25 quilômetros da capital Oslo, na quarta-feira (30). Conforme a imprensa local, ao menos 10 pessoas ficaram feridas, uma em estado grave.
Casas enterraram na lama, outras se dividiram em duas. Cerca de mil pessoas tiveram que deixar suas casas por precaução. Mas o número pode aumentar em meio ao temor de novos deslizamentos de terra na área.
O deslizamento de terra cortou uma estrada de Ask e abriu uma cratera de 700 metros de comprimento e 300 metros de largura, segundo a mídia local. Pelo menos nove edifícios com mais de 30 apartamentos foram destruídos.
Ainda não se sabe as causas exatas do acidente. No entanto, o município de Gjerdrum, onde fica Ask, é conhecido por ter uma grande quantidade de argila rápida. Ou seja, é um material que pode mudar da forma sólida para a líquida com facilidade.
Especialistas afirmam que a substância combinada com a chuva em excesso mais o clima úmido típico da Noruega nesta época do ano podem ter contribuído para o deslizamento de terra. Por sua vez, as autoridades do país alertaram em 2005 as pessoas para não construir edifícios residenciais na área. Contudo, as casas foram construídas anos depois.