Nesta quinta-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Desenrola Brasil, programa social para negociação de dívidas da população brasileira que vem sendo desenvolvido pelo governo federal, possui um problema operacional, embora ele deva ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano. Haddad disse que existe dificuldade no desenvolvimento do software do Desenrola.
“[Com] o Desenrola, nós temos um problema operacional que é fazer o software para fazer o credor encontrar o devedor e a gente ajudar o devedor a pagar as contas”, disse Fernando Haddad. Ainda, de acordo com o ministro da Fazenda, o desenvolvimento do software precisa do apoio de empresas responsáveis por negativar o CPF dos consumidores, como a Serasa Experian, BoaVista e SPC Brasil. Haddad afirmou que a colaboração destas empresas é fundamental, dado que o governo federal “não tem os dados para o setor privado”, mas sim para quem “deve para o setor público”.
A participação de empresas privadas é essencial para o funcionamento do Desenrola e, segundo Haddad, o governo federal vem convencendo essas empresas a participarem do programa social, com isso, terminar o desenvolvimento do sistema. “Depende mais delas do que do governo. A Medida Provisória está pronta, o dinheiro está reservado. Então eu preciso desse software e do convênio com eles”, disse o ministro.
Sem o Desenrola, inadimplência do brasileiro vem batendo recorde
Dados divulgados pelo Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa apontou que o Brasil voltou a registrar crescimento da inadimplência no mês de fevereiro, registrando 70,5 milhões de brasileiros com o nome de negativado. Sâo mais de R$326 bilhões em dívidas acumuladas, 24% maior que o mesmo período do ano passado, quando foi registrado o valor de R$263 bilhões em dívidas.
Segundo a pesquisa, as dívidas com o cartão de crédito continua sendo o segmento com o maior número de brasileiros inadimplentes, atingindo 31,6% das dívidas. Em seguida, as contas básicas ocupam 21,7% da inadimplência e o setor de varejo 11,2%. Na comparação com 2o22, as contas com bancos e cartão aumentaram 3%, por outro lado, as dívidas com os outros dois segmentos apresentaram queda.
Atualmente, o valor médio das dívidas dos brasileiros inadimplentes atingiu o patamar de R$4.631,78. No entanto, alguns estados apresentaram uma dívida média bem maior que a do país, como Distrito Federal, Santa Catarina e São Paulo, registrando respectivamente o valor médio de R$7.071, R$6.489 e R$5.343,33 em dívidas, sendo os maiores valores da pesquisa.
Por fim, o estado que apresentou a maior quantidade de brasileiros inadimplentes foi o Rio de Janeiro, 52,69% da população do estado do Rio encontra-se inadimplente. Na comparação com 2022, é um crescimento de 5,11% e, na época, o estado ocupava em terceiro lugar em termos de porcentagem da população inadimplente. Um dos principais fatores para a inadimplência é o alto desemprego.
Nesse sentido, o programa Desenrola Brasil acaba se fazendo bastante necessário ao analisar a situação da inadimplência dos brasileiros. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o programa deverá beneficiar 37 milhões de pessoas que se encontram inadimplentes, totalizando o R$50 bilhões em dívidas renegociadas.