Em comunicado publicado nesta quarta-feira (19), o Nubank anunciou que irá aderir ao Desenrola Brasil. Com isso, os clientes do banco que foram negativados por dívidas de até R$100 serão desnegativados. O Nubank é o maior banco digital do Brasil, com uma carteira de 75 milhões de clientes. Dessa forma, com a adesão, a fintech se juntará ao Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, PicPay, Santander e Inter.
Nesse sentido, a participação do Nubank no programa de renegociação de dívidas trouxe um alívio para o governo federal. Isso se deve ao fato da maior parte de seus clientes pertenceram à população de baixa renda, principal alvo do programa. Confira abaixo o comunicado da fintech:
“A instituição dará baixa na negativação das pessoas com dívidas de até R$ 100 e compartilhará mais detalhes de sua adesão conforme avançar no processo. E informará, oportunamente, as condições e critérios para renegociações no âmbito do programa, assim como os canais de atendimento que serão disponibilizados.”
Participação do Nubank deve elevar beneficiados para 2,5 milhões
Em entrevista concedida nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) disse que a participação eleva a quantidade de beneficiados pelo programa em 1 milhão de pessoas. O governo federal ofereceu como incentivo o reconhecimento de créditos tributários dos bancos. Com isso, para cada R$1 de dívida renegociado, o banco terá R$1 a mais para novos empréstimos.
Segundo Fernando Haddad, o Nubank possui 1 milhão de CPFs negativados. Dessa forma, com a adesão da fintech, o programa Desenrola Brasil se tornou mais completo e mais abrangente. Nesta primeira fase do programa, serão renegociadas apenas dívidas bancárias. Dívidas relacionadas a consumo serão contempladas na segunda etapa do programa, prevista para setembro.
Ministério Público investiga golpes no Desenrola Brasil
O Ministério Público de Minas Gerais abriu uma investigação para apurar golpes envolvendo o Desenrola Brasil. Segundo o MPMG, os criminosos vêm criando sites falsos, utilizando símbolos do governo e do Desenrola. Eles também promovem anúncios nas redes sociais buscando atrair pessoas interessadas em “limpar o nome”.
“Quando as vítimas clicam, são enviadas para sites fraudulentos, que se passam por governamentais ou negociadores de dívidas, para obter dados das vítimas ou até mesmo para aplicar golpes financeiros”, apontou o promotor de Justiça Mauro Ellovitch, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos.
Segundo o coordenador, as pessoas acreditam que estão quitando sua dívida financeira. Contudo, estão, na verdade pagando ao criminoso, correndo o risco de ter seus dados pessoais e financeiros para aplicação de outros golpes. Um outro ponto citado pelo promotor é que existe risco de contaminação do computador e celular. Os criminosos geram links maliciosos que podem assumir o controle dos dispositivos.