Nesta última sexta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados relacionados ao desemprego no Brasil. De acordo com o instituto, a taxa de desemprego voltou a crescer no país e atingiu o patamar de 8,8% no primeiro trimestre de 2023. A alta é de 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, ou seja, mais 860 mil pessoas entrarão na fila do emprego e, atualmente, o número total equivale a 9,4 milhões de pessoas desempregadas.
Embora a oscilação tenha sido positiva, esta é a menor taxa de desocupação para o período desde 2015, quando a taxa de desemprego atingiu 8%. Os dados apontaram, também, que o total de profissionais ocupados caiu 1,6%, o equivalente menos de 1,5 milhão de pessoas no mercado de trabalho. Com isso, a quantidade de trabalhadores fica em 97,8 milhões, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a diminuição da ocupação e a expansão na procura por trabalho é observada historicamente em todos os primeiros trimestres da pesquisa. “Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos”, disse a pesquisadora, citando que a única exceção ocorreu em 2022, ano que marcou a reabertura das atividades econômicas pós-pandemia.
Desemprego atingiu mais aqueles que não tinham carteira assinada
Segundo o IBGE, o número de empregados com carteira assinada no setor privado se manteve estável no último trimestre. Sendo assim, a maior parte da queda na ocupação pode ser justificada pela redução dos trabalhadores sem carteira assinada no setor público (-7%) e privado (-3,2%). O IBGE apontou que outros serviços (-4,3%), administração pública (-2,4%), agricultura (-2,4%), construção (-2,9%) e comércio (-1,5%) tiveram as maiores quedas no total de trabalhadores sem carteira.
“Na construção, essa queda está focada no setor de edificações e tem uma característica muito sazonal”, disse a coordenadora da pesquisa. “O grupamento Administração pública tem um conjunto de atividades bem heterogêneo e foi influenciado, principalmente, pelo segmento de educação fundamental e de administração pública em si”, completou Adriana. Ainda, segundo Adriana, “esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade após dois anos de movimentos atípicos”, disse.
Um outro ponto é que o total de trabalhadores por conta própria com CNPJ teve redução de 8,1%, o que representa o valor de 559 mil pessoas. Isso significa que a taxa de informalidade voltou ao patamar de 39% da população ocupada, o equivalente a 38,1 milhões de trabalhadores informais no Brasil. No trimestre anterior, essa taxa era de 38,8%, contudo, no ano passado, ela estava no valor de 40,1%.
Pelo lado do rendimento dos trabalhadores brasileiros, mesmo com maior desemprego, ele segue estável frente ao trimestre anterior, em R$2.880. Na comparação anual, o crescimento foi de 7,4%. Já em relação à massa de rendimento real habitual, esta foi estimada em R$277,2 bilhões, ficando estável frente ao trimestre anterior, contudo, cresceu 10,8% na comparação anual.