O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgando os dados relacionados ao desemprego no país. De acordo com a pesquisa, o desemprego subiu para 8,6% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. Embora tenha subido, representa a menor taxa para o período desde o ano de 2015, quando atingiu 7,5%.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, que corresponde ao período entre setembro e novembro, houve um aumento de 0,5 ponto percentual (8,1%) na taxa de desemprego. Comparando com o primeiro trimestre de 2022, o percentual é bem menor que o atingido na época (11,2%). Já no número absoluto de desempregados, houve aumento de 5,5%, chegando a 9,2 milhões de pessoas, sendo 483 mil desempregados a mais que o trimestre anterior. Por outro lado, o valor representa uma queda de 23,2% em relação à 2022, ou seja, 2,8 milhões de trabalhadores.
As categorias que mais perderam postos no trimestre, é possível citar os empregados sem carteira assinada no setor público (-14,6% ou menos 457 mil), os empregados sem carteira assinado no setor privado (-2,6% ou menos 349 mil pessoas) e os trabalhadores por conta própria com CNPJ (-4,8% ou menos 330 mil). Neste período, o número de empregados com carteira assinada no setor privado se manteve estável após seis trimestres consecutivos de crescimento significativo.
Por fim, sobre os setores da economia, não houve crescimento de empregados em nenhum deles, inclusive, quatro deles tiveram retração: administração púbica, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,7% ou menos 471 mil pessoas), indústria geral (-2,7% ou menos 343 mil pessoas), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,3% ou menos 202 mil pessoas) e outros serviços (-3,2% ou menos 171 mil pessoas).
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Aumento do desemprego ocorre após seis trimestres de queda
De acordo com a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento do desemprego ocorreu após seis trimestres de quedas significativas. Ainda de acordo com ela, a melhora no mercado de trabalho foi bastante marcada pela reabertura plena da economia após o período mais restritivo da pandemia da covid-19.
“Volta a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho. Se olharmos retrospectivamente, na série histórica da pesquisa, todos os trimestres móveis encerrados em fevereiro são marcados pela expansão da desocupação, com exceção de 2022”, disse Adriana.
O resultado do trimestre encerrado em fevereiro também foi marcado pela queda em 1,6% no quadro de profissionais no mercado de trabalho, um valor que corresponde a 1,6 milhão de pessoas. Com isso, o percentual de pessoas ocupadas no mercado de trabalho em idade de trabalhar ficou em 56,4%, queda de um ponto percentual em relação ao período anterior.
“A população ocupada tem um comportamento que é o inverso da trajetória da população desocupada. Nos primeiros meses do ano, há um movimento praticamente conjugado, de retração da população ocupada e a expansão da desocupação. Isso é ligado tanto às dispensas dos trabalhadores temporários que costumam ser contratados no fim do ano quanto à maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas”, disse Adriana.
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