Números revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (15) mostram que um levantamento feito pela da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) constatou uma queda da taxa de desocupação do país no segundo trimestre do ano em oito estados, enquanto os demais permaneceram estáveis.
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No final de julho, o IBGE já havia revelado que o desemprego no segundo trimestre atingiu 8%, o que representa o menor percentual para o período desde 2014 e foi uma redução de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior (8,8%), de janeiro a março.
Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Adriana Beringuy, que é coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, relatou que, do primeiro para o segundo trimestre, foi possível observar uma tendência de queda em todas as unidades da Federação, mas a redução foi estatisticamente significativa em apenas oito delas.
“A queda na taxa de desocupação nesse trimestre pode caracterizar também um padrão sazonal. Após o crescimento do primeiro trimestre, em certa medida, pela busca de trabalho por aqueles dispensados no início do ano, no segundo trimestre, essa procura tende a diminuir”, disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Conforme os dados da pesquisa, quem registrou as maiores taxas de redução de desocupação foram: Distrito Federal, que passou de 12,0% para 8,7%, e o Rio Grande do Norte, de 12,1% para 10,2%. As demais foram São Paulo, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Pará e Mato Grosso.
Segundo o IBGE, apesar da desocupação em queda (-0,9 ponto), o Nordeste (11,3%) segue sendo o maior percentual entre as regiões. Atualmente, todos os estados nordestinos têm taxas maiores de desocupação se comparado com a média nacional – Pernambuco tem o maior índice do país, com 14,2%, seguido por Bahia (13,4%).
O levantamento mostrou que ambos os estados se mostraram estáveis em comparação com os três meses anteriores. Por outro lado, as menores taxas de desocupação foram registradas em Rondônia (2,4%), Mato Grosso (3,0%) e Santa Catarina (3,5%).
No estado mais populoso do país e com o maior contingente de ocupados (23,9 milhões), São Paulo, o IBGE revela que a taxa de desocupação passou de 8,5%, no primeiro trimestre do ano, para 7,8% no segundo.
“Nesse período, houve queda de 7,6% no número de pessoas que estão em busca de trabalho, chegando a 2,0 milhões. Já o número de ocupados ficou estável”, informou o instituto, revelando ainda que 16 estados registraram taxas de informalidade maiores do que a média nacional (39,2%): todos são do Norte ou do Nordeste.
“Nesse indicador, os maiores percentuais vieram do Pará (58,7%), Maranhão (57,0%) e Amazonas (56,8%). Por outro lado, as menores taxas foram de Santa Catarina (26,6%), Distrito Federal (31,2%) e São Paulo (31,6%)”, informou o IBGE.
Segundo Adriana Beringuy, a diferença nas taxas de informalidade pode ser explicada, entre outros fatores, pelos setores econômicos que prevalecem em cada região. “No Norte e no Nordeste, há uma grande presença de atividades que incorporam trabalhadores sem carteira assinada e conta própria sem CNPJ, como o comércio e os serviços”, diz ela.
Por fim, ela ainda explica que no Sul, região com a menor taxa de informalidade (30,8%), o peso maior das atividades industriais e a diversificação de serviços contribuem para o emprego de trabalhadores com carteira de trabalho. Atualmente, cerca de 73,3% dos empregados do setor privado do país tem carteira de trabalho assinada. Os menores percentuais estão no Nordeste (59,1%) e no Norte (58,4%), com destaque para Maranhão (49,3%), Pará (51,5%) e Tocantins (53,5%).
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