Em meio à contínua crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19, o desemprego permanece sendo um problema para milhares de trabalhadores brasileiros. Mas este não é o único impasse, pois cada vez mais há a requisição de profissionais mais qualificados e capacitados. Foi este o motivador de desempregados que decidiram recorrer a cursos profissionalizantes para incrementar o currículo.
Mas não basta ter um currículo excepcional e cheio de atribuições se o trabalhador não se atentar a simples questões como os dados pessoais que devem compor o cabeçalho do documento. O professor Carlos Queiroga ressalta a importância da menção do e-mail, além de se atentar às ligações telefônicas. Pois, estes são os dois meios de contato que as empresas utilizam quando se interessam em algum candidato.
As instruções são dadas a seis alunos dos cursos de portaria, controlador de acessos, recepção e fiscal de piso. Mensalmente, centenas de pessoas procuram por cursos técnicos e profissionalizantes de um único dia, aqueles denominados de “reciclagem profissional”. Boa parte da procura é feita por alunos estagnados no tempo há meses ou anos. Também costumam ser moradores de regiões periféricas da cidade ou região metropolitana, neste caso, de São Paulo.
Com a baixa escolaridade e perspectiva de evolução no mercado de trabalho, a situação do desemprego tem se tornado cada vez mais crítica para essas pessoas, que têm o hábito de culpar a crise econômica pela difícil situação que enfrentam. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 14,1 milhões de brasileiros estão desempregados, ou seja, 13,7% da população. Esse índice passa por uma queda gradativa, embora os economistas não reconheçam a ampla retomada do mercado de trabalho em poucos meses.
Alguns desses alunos reclamam que as empresas dificilmente dão oportunidades de emprego a pessoas com mais de 40 anos de idade. Já os jovens, alegam a falta de experiência durante processos seletivos aos quais são submetidos. Por esta razão, passam aperto financeiro até na hora de se locomover em busca da profissionalização, enxergando em profissões como a de porteiro, uma oportunidade para voltar a ter uma remuneração no fim do mês e, por consequência, um meio de sustento.
Vale ressaltar que em meio às festas de final de ano, alguns desses trabalhadores desempregados podem encontrar nas vagas de emprego temporárias, a luz no fim do túnel. Dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) indicam a possibilidade de um crescimento de até 80 mil postos de trabalho até o final de 2021.
Com a proximidade das festas de fim de ano, as expectativas para a criação de novas vagas de emprego temporárias são bastante positivas. Pelo menos, é essa a visão da Associação Brasileira do Trabalho Temporária (Asserttem), que espera a abertura de 565 mil postos de trabalho provisórios, pelo menos, até a virada do ano.