Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que os ataques de Jair Bolsonaro (PL) à Corte tem dado vantagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o jornalista da “Globo News”, Valdo Cruz, o comportamento ríspido do atual chefe do Executivo é um desespero por conta das pesquisas eleitorais que apontam uma possível vitória de Lula ainda no primeiro turno.
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Conforme relata o jornalista, ministros dizem que o presidente também está “desesperado” com o que pode acontecer com ele e com a sua família quando o assunto é a prestação de contas com a Justiça caso ele perca a eleição em outubro e, consequentemente, o foro privilegiado.
Nesta quarta-feira (08), contou Valdo Cruz, Bolsonaro estava “transtornado”, revelaram os próprios assessores do chefe do Executivo. O descontentamento do presidente se deu porque ministros da Segunda Turma do STF formaram maioria para derrubar uma liminar do ministro Nunes Marques que suspendeu a cassação do deputado Fernando Francischini, que afirmou, sem provas, que as urnas eletrônicas foram fraudadas na eleição de 2018.
De acordo com as prévias, a derrota do deputado no STF era dada como certa, pois o parlamentar tinha dois votos a favor – Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados por Bolsonaro, e dois contra – Ricardo Lewandowski e Edson Fachin.
Por isso, o desempate ficaria com Gilmar Mendes, que já havia deixado claro a interlocutores que votaria pela manutenção da cassação do parlamentar. No entanto, mesmo assim, apontou o jornalista da “Globo News”, Bolsonaro ainda tinha esperanças que o membro da Corte mudasse de opinião, demonstrando, segundo os ministros, “os sinais do desespero do presidente”.
Segundo “Valdo Cruz”, a conclusão é que a irritação de Bolsonaro não é por conta da perda do mandado do deputado, que é seu apoiador, mas sim pela sinalização de que o STF não irá tolerar a propagação de notícias falsas durante a campanha eleitoral deste ano.
“Não à toa, Bolsonaro voltou a repetir na quarta a ameaça de descumprir decisões judiciais”, destacou Valdo Cruz. O presidente vem sinalizando que não pretende cumprir, por exemplo, eventuais restrições em plataformas como o Telegram, rede social que o chefe do Executivo tem tentando recrutar seguidores.
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