Nesta segunda-feira (3), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, declarou que o programa de concessão de créditos tributários para as montadoras de veículos, embora seja temporário, irá durar até que a taxa de juros, mais conhecida como Selic, comece a cair para a população brasileira.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MIDC), afirmou:
A adesão ao programa automotivo foi enorme, o dinheiro acabou em quatro semanas praticamente. Foi complementado e continua o desconto. Isso vai passar. Os juros devem cair, os juros de mercado já estão caindo. Na hora que os juros caem, a maioria da população volta a comprar a prazo e reativa [a indústria].
Anúncio do governo federal
Anteriormente, o governo federal anunciou uma nova concessão de crédito, ampliando os R$500 milhões para R$800 milhões a parcela do programa voltada para os carros. Segundo Alckmin:
Hoje, 70% de quem compra veículos é porque o juro é absurdo. Essa medida é transitória e emergencial. E os juros caindo, as vendas começarão a ser retomadas.
Segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), as vendas de veículos subiram para 189,5 mil em junho, um aumento de 7,4% na comparação com maio. Nesse sentido, as vendas de carros foram as que apresentaram melhor desempenho, com mais de 142 mil veículos licenciados. As vendas representaram um avanço de 11,4% em relação ao mês anterior, fruto da concessão de crédito do governo federal.
Expectativa é que montadoras de automóveis retomem produção
Algumas montadoras anunciaram, recentemente, férias coletivas e até mesmo demissão de funcionários, visto que os pátios encontram-se lotados de veículos prontos para serem vendidos. Na opinião do vice-presidente Geraldo Alckmin, as férias coletivas que foram concedidas pelas montadoras de automóveis deverão durar pouco tempo, com a retomada da produção de veículos.
Nesse sentido, o vice-presidente afirmou:
Temos uma indústria automobilística com capacidade de produzir 4,5 milhões de veículos por ano, e hoje 50% da capacidade dela está ociosa.
Além disso, de acordo com Alckmin, o Brasil chegou a vender 3,8 milhões de veículos por ano e no ano passado se vendeu 2,1 milhões.
Crédito durou menos tempo que o esperado
O programa do governo obteve total sucesso. A expectativa é que os R$500 milhões destinados a oferecerem descontos para os chamados “carros populares” levasse alguns poucos meses para serem esgotados. Contudo, levou apenas quatro semanas para que o crédito acabasse.
Dessa forma, isso fez com que o governo concedesse mais R$300 milhões para que os veículos fossem vendidos com preço mais baixo. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a demanda por parte das pessoas físicas superou as previsões realizadas.
Portanto, para custear a extensão do programa, o governo federal elevou em R$0,03 dois tributos federais sobre o diesel, o PIS e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Com isso, elevação ocorrerá a partir de outubro, devendo arrecadar R$200 milhões. Já os outros R$100 milhões estavam previstos na primeira MP do programa, que reonerou os tributos sobre o diesel em R$0,11.