No dia 23 de novembro 2020, o Laboratório Pierre Fabre do Brasil LTDA comunicou a descontinuação da distribuição do medicamento bussulfano em nosso país. Para quem não sabe, o remédio é crucial para a realização de transplante de Medula Óssea (TMO) no Brasil.
Desde então, a Sociedade Brasileira de Transplantes de Medula Óssea (SBTMO) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) têm buscado soluções para impedir que haja a falta deste medicamento.
No dia 25 de novembro foi enviado um ofício à diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo foi dar ciência do fato e solicitar que fossem tomadas providências. Mas, até o momento, não houve retorno.
Dados de 2019 sobre uso do bussulfano
Caso não haja nenhuma medida para impedir a interrupção do acesso ao bussulfano, se tornará inviável realizar qualquer TMO no País: tanto adulto quanto pediátrico. Para se ter uma ideia, em 2019, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes, foram realizados 3.805 transplantes de medula óssea em adultos (entre alogênicos e autólogos) e 534 pediátricos.
Igualmente, não seria possível realizar nenhum destes procedimentos sem o bussulfano. Tal fato poderia significar um desfecho negativo – podendo levar até mesmo à morte – no processo terapêutico dos pacientes onco-hematológicos com diagnósticos de doenças como a leucemia mieloide crônica.
O Transplante de Medula Óssea
Por fim, o transplante de medula óssea é uma modalidade terapêutica que representa esperança de vida para pacientes com doenças malignas e não malignas. A exemplo, as leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, neuroblastoma, imunodeficiências, falências medulares entre outras.
Porém, diferente do transplante de órgãos sólidos, como coração, rim, fígado, é necessário um pré-condicionamento antes da realização do procedimento. Isso porque a medula está espalhada por todo o corpo. Assim, ao contrário dos outros órgãos, ela não pode ser retirada e colocada uma nova em seu lugar. Daí, a importância do bussulfano.