O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (21) que a desaceleração econômica da China pode prejudicar o Brasil. De acordo com ele, um crescimento mais tímido da segunda maior economia global também deverá afetar os demais países da América Latina.
Campos Neto citou a pandemia da Covid-19 como um dos fatores que vem provocando a desaceleração econômica da China. Segundo ele, este não é o único motivo para um crescimento mais tímido do país asiático. Em suma, a crise imobiliária chinesa, evidenciada pela Evergrande, e o envelhecimento da população também contribuem para o resultado.
“Acho que a preocupação é que um crescimento menor na China possa dificultar o crescimento da América Latina e o crescimento do Brasil. Acho que o ponto principal é entender que esse processo vai acontecer de tal forma, e tomar as medidas, e se reinventar para que isso tenha o mínimo de efeito possível”, disse Campos Neto.
“A gente começa a ver, e a própria autoridade chinesa tem dito, que a gente vai ver um crescimento da China mais perto do crescimento mundial, não tão descolado, ainda que seja acima”, acrescentou o presidente do BC.
Inflação no Brasil segue em tendência de alta
Além disso, Campos Neto afirmou que a inflação no Brasil permanece em tendência de alta. Em resumo, o crescimento da taxa inflacionária continua pressionada principalmente pelos preços da energia, segundo o presidente do BC.
“A gente vê de fato uma tendência de inflação que ainda é crescente. A inflação do Brasil, de fato, foi uma das mais elevadas do mundo, 10,4%, mas o Brasil teve a maior inflação de energia do mundo, de 5,8%”, disse Campos Neto.
“E se a inflação do Brasil de energia tivesse sido a média dos outros países [em torno de 2%], a nossa inflação também teria sido igual a dos outros países [abaixo de 7%]. Basicamente o que levou a inflação do Brasil acima da média foi energia”, afirmou.
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