Enquanto alguns grupos pró-Bolsonaro vêm saindo às ruas, alegando que a eleição presidencial poderia ter sido fraudada, o desânimo e a decadência persiste total no Palácio da Alvorada, com o atual presidente Jair Bolsonaro não mostrando mais nenhum poder, e com opiniões sem relevância.
Aliás, Bolsonaro chegou a reclamar sobre o tempo de espera para que o presidente eleito possa sucedê-lo. Vale ressaltar que o petista foi declarado vencedor em 30 de outubro, mas só irá subir as ladeiras do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2023.
Bolsonaro forte em 2026?
Com a campanha eleitoral encerrada e com o resultado inquestionável das urnas eletrônicas, Bolsonaro desistiu de andar de moto, visitar quartéis, igrejas e subir em palanques para atacar seus inimigos, sejam reais ou imaginários. O ex-capitão parece estar ocioso, não vendo a hora de sair do Palácio da Alvorada e voltar para casa, enquanto seus seguidores entoavam uma retórica antidemocrática, convocando as Forças Armadas para impedir a posse de Lula.
No entanto, há quem diga que o silêncio do presidente Bolsonaro é apenas uma manobra política, um movimento sutil para minar o governo de seu rival de esquerda pelos próximos 4 anos. Todavia, outros postulantes da direita parecem correr por fora, como o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, e o governador eleito de São Paulo, Tarcisio Gomes de Freitas.
Os dois governadores, apesar de apoiarem Bolsonaro no segundo turno, têm vínculos ligeiramente diferentes com o presidente, o que pode indicar que a porta está aberta para outras figuras de direita daqui a quatro anos.
Opinião de Mourão
Ainda na vice-presidência, o senador eleito general Hamilton Mourão opinou sobre a reclusão e indiferença de Bolsonaro após a derrota para Lula na corrida presidencial. Além disso, em entrevista ao Valor Econômico, Mourão chegou a citar o nome de Tarcísio Gomes para substituir Bolsonaro como candidato da direita em 2026.
No entanto, o atual vice-presidente acredita que Bolsonaro deve liderar a “luta de direita”, mas para isso o presidente precisa sair de seu casulo.
“O presidente Bolsonaro, quando emergir do retiro espiritual dele, vai compreender que ganhou esse capital. Acho que ele tem que se posicionar no espectro político, trabalhar politicamente. Vai ser a primeira vez desde 1989 que ele não tem mandato. São 33 anos, é uma vida. É ele entender que agora ele terá uma posição dentro do PL, de presidente de honra. Ou seja, aqui em Brasília, articulando, tem todo o capital para voltar muito bem em 2026. Desde que ele saiba explorar bem isso aí”, afirmou.
Em suma, segundo Mourão, a derrota de Bolsonaro na disputa presidencial está diretamente relacionada ao seu discurso durante o mandato. “O erro foi no discurso. O cara comprava vacina e falava mal de vacina, pô. Esse discurso aí não foi bom. Isso que prejudicou o presidente”, concluiu.