Uma reunião realizada entre a Câmara dos Deputados e o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, nesta terça-feira, 14, debateu a situação dos reajustes constantes no preço do combustível.
Na oportunidade, os parlamentares convocaram a comissão competente ao tema para discutir o aumento no preço da gasolina, do diesel e do álcool. O encontro aconteceu após solicitação feita pelo deputado Danilo Forte (PSDB-CE), que recebeu o apoio de parlamentares de diversos partidos distintos.
Em uma declaração feita em rede social, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, fez o seguinte desabafo: “Tudo caro: gasolina, diesel, gás de cozinha. O que a Petrobras tem a ver com isso? Amanhã, a partir das 9h, o plenário vira Comissão Geral para questionar o peso dos preços da empresa no bolso de todos nós. A Petrobras deve ser lembrada: os brasileiros são seus acionistas”.
Os deputados fizeram uma análise profunda no tema que provém desde o ano de 2016, época em que os reajustes expressivos no preço do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar passaram a ser constantes, consequentemente, afetando o preço do combustível. O acontecimento trata-se da política de paridade internacional (PPI).
Dados apurados pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), mostram um acúmulo na alta do preço da gasolina que está em 31,1%, contra a inflação geral no patamar de 5,7% conforme medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No que compete ao diesel e ao gás de cozinha, as altas estão em 28% e 23,8%, respectivamente.
É importante ter em mente que o preço do combustível também afeta diretamente a produção das usinas termelétricas movidas à gás natural e óleo diesel. De acordo com o deputado Danilo Forte, é preciso implementar e respeitar uma política de preços eficaz que, mesmo em situações graves como essa, que os impactos não recaiam unicamente sobre as famílias brasileiras.
O parlamentar ainda completa dizendo que a atual política do país provoca uma crise tripla: econômica, sanitária e energética. O deputado Bohn Gass, complementa dizendo que, “a lógica do preço internacional é um fracasso para o Brasil”.
Em justificativa, o presidente da Petrobras, Silva e Luna, disse que ainda não detalhou todos os lucros e tributos pagos pela empresa, mas afirmou que a Petrobras tem conhecimento em tempo real sobre a situação das crises elencadas pelo deputado. Ele reforçou que a estatal não está alheia ao cenário enfrentado pelo país, e que deseja encontrar soluções para o tema que seja de comum acordo.
“A melhor maneira que a Petrobras pode contribuir com o Brasil é ser uma empresa forte, poder fazer investimentos muito bem selecionados e ter uma firme governança, evitando qualquer desvio e qualquer ação que não seja no sentido de somar o foco no que ela faz de melhor”, destacou.
Em certo momento durante a reunião, o presidente da Petrobras atribuiu o aumento no preço do combustível aos impostos estaduais e federais que são custeados, em parte, tanto pela estatal, quanto pelos consumidores. O tributo mais expressivo e abusivo para Silva e Luna é o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).