Deputados que integram partidos de esquerda se encontraram na noite de quarta-feira (15) com Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, para pedir que ele libere o Conselho de Ética da Casa para analisar o pedido de cassação do deputado Nikolas Ferreira (PL).
Nikolas Ferreira diz que sua vida ‘não acaba com uma cassação’ após suspeita de transfobia
Em entrevista coletiva após o encontro, Arthur Lira afirmou que conversará nesta quinta-feira (16) com líderes partidários para pedir que as bancadas partidárias façam suas indicações ao conselho para que, assim, seja possível a instalação do colegiado.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, Arthur Lira demonstrou apoio ao pedido dos parlamentares para que o conselho retome os trabalhos o quanto antes. Ainda conforme o canal, aliados de Arthur Lira relatam que o presidente da Casa precisa dar um gesto para evitar o clima de “beligerância” na Câmara, especialmente por parte de deputados de primeiro mandato e com estilo de mais embate, exatamente como é o caso de Nikolas Ferreira.
Hoje, aliados de Arthur Lira acreditam que o presidente da Câmara precisa demonstrar aos deputados de que a Casa exige um decoro maior, pois o local não deve ser um ambiente como as redes sociais, lugar muitas vezes agressivo.
Nikolas Ferreira denunciado
Na semana passadam por conta da declaração, associações representativas da comunidade LGBTQIA+ e 14 parlamentares ingressaram no STF com uma notícia-crime para que o deputado passe a ser investigado pelo crime de transfobia.
Para o grupo, Nikolas Ferreira cometeu o crime em discurso citado ao discursar na tribuna da Câmara dos Deputados. Conforme aponta essas entidades, a declaração do parlamentar promove o discurso de ódio, pois associa uma mulher transexual a “uma ameaça que precisa ser combatida, uma alusão a um suposto perigo que não existe”.
Na denúncia, o grupo ainda cita uma gravação onde o deputado inclui fotos de mulheres trans, o que foge à imunidade parlamentar, e ainda diz que o parlamentar cometeu crimes previsto no Código Penal e no Código Eleitoral por: discriminação baseada em gênero, cor, raça ou etnia.
Tabata Amaral (PSB), deputada que assinou a notícia-crime, e defende que o colega seja cassado, afirma que ele “tirou” o tempo de fala das mulheres em seu dia para “trazer uma fala preconceituosa, criminosa, absurda e nojenta”. “A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso, que é garantida pela imunidade parlamentar. Transfobia é crime no Brasil”, disse ela.
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