Dois deputados federais: Elias Vaz (PSB-GO) e Marcelo Freixo (PSB-RJ), disseram nesta terça-feira (12) que vão pedir que o Ministério Público Federal (MPF) investigue as Forças Armadas por conta da polêmica compra de 35 mil unidades de Viagra, um medicamento usado geralmente para o tratamento de disfunção erétil.
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Em entrevista ao portal “UOL”, Elias Vaz afirmou que compilou a aquisição e apurou que existem indícios de superfaturamento. Além disso, ele também afirmou que a compra pelas Forças Armadas não se justifica, ocorrendo em um momento de “reajuste terrível no valor de medicamentos” usuais à população.
“Além de gastar dinheiro público com Viagra, tudo indica que o governo Bolsonaro ainda comprou acima do preço de mercado. O Congresso Nacional e a toda a sociedade merecem uma explicação”, começou o parlamentar.
“O brasileiro está amargando um reajuste terrível no valor de medicamentos e faltam remédios para doenças crônicas nas unidades de saúde. Enquanto isso, o governo tá gastando para atender as Forças Armadas com Viagra”, completou ele.
Além de Elias Vaz, Marcelo Freixo também se pronunciou. Em seu Twitter, ele disse que o “dinheiro público, que sai do bolso de todos nós brasileiros, tem que ser usado para servir ao interesse público”.
“Estou acionando, junto com o deputado @EliasVazGyn, o Ministério Público Federal para investigar a compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas. Dinheiro público, que sai do bolso de todos nós brasileiros, tem que ser usado para servir ao interesse público”, postou Marcelo Freixo.
Forças Armadas e os comprimidos de Viagra
O caso sobre a compra dos comprimidos de Viagra ocorreram após uma denúncia do deputado Elias Vaz, que teve acesso aos números da negociação via portal da Transparência e do painel de preços do governo.
De acordo com os números, foram oito processos de compras aprovados desde 2020 – eles ainda estão em vigor neste ano. Grande parte dos medicamentos, 28.320 comprimidos, são para a Marinha. O Exército, com cinco mil comprimidos, e a Aeronáutica, com dois mil, também foram atendidos.
Até o momento, somente a Marinha divulgou alguma argumentação sobre o caso. De acordo com a entidade, os medicamentos são para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar, “doença grave e progressiva que pode levar à morte”.
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