Deputadores federais protocolaram nesta quarta-feira (15) um pedido para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tem como foco investigar a atuação do Movimento Sem Terra (MST). Essa protocolação aconteceu porque os parlamentares, em sua maioria ruralistas, conseguiram o número mínimo de assinaturas para a instalação da cúpula.
Na noite desta quarta, segundo informações publicadas pelo portal da “Câmara dos Deputados”, 172 parlamentares haviam aderido ao documento que pede a abertura da comissão.
Ainda de acordo com o portal, esse requerimento de abertura já foi protocolado no sistema da Câmara dos Deputados, pois os parlamentares interessados na CPI preferiram não esperar por nenhuma nova assinatura além do mínimo exigido pelo regimento da Casa.
Agora, caberá ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), a instalação da CPI, criada pela bancada ruralista que deseja uma investigação sobre a onda de invasões de terras pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), grupos de indígenas, entre outros.
Em entrevista ao portal citado, Tenente-coronel Zucco (Republicanos), deputado que foi um dos autores do pedido, destacou a importância da instauração da comissão ao dizer que é necessário investigar com todo o rigor quem está financiando o que ele classifica como “terror no campo”.
“O apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária [FPA] foi fundamental para que a proposta superasse mais de um terço dos parlamentares. Precisamos investigar com todo o rigor quem está financiando o terror no campo”, afirmou o Tenente-coronel Zucco.
Além dele, também participaram do projeto de criação o deputado Kim Kataguiri (União Brasil), que é um dos principais nomes do Movimento Brasil Livre (MBL), um movimento político brasileiro liberal conservador e vinculado à direita e Ricardo Salles (PL), que foi ministro do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na terça-feira (13), foi anunciado que haveria uma união dos pedidos de CPI feito pelos três deputados. Na ocasião, Ricardo Sales ressaltou que não importa qual seja o autor da proposta, pois não haverá nenhuma disputa para saber quem seria “o pai da criança”.
“O importante é que haja uma CPI, que isso seja investigado, inclusive e principalmente na Bahia, examinando a leniência das autoridades com esse movimento”, afirmou ele, que ainda destacou que foram registradas quatro invasões de propriedades no estado nas últimas semanas.
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