O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) encaminhou um pedido inusitado para o Supremo Tribunal Federal (STF): que Corte rejeite uma eventual solicitação de prisão em seu desfavor. De acordo com informações publicadas neste sábado (10) pelo canal “CNN Brasil”, o documento foi encaminhado diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator da investigação dos atos golpistas de 08 de janeiro em Brasília.
Conforme aponta a defesa do parlamentar, sua manifestação foi “completamente tirada de contexto”. Não suficiente, os advogados dizem que a Constituição de Goiás determina que deputados só podem ser presos “em flagrante de crime inafiançável”, que precisaria ser aprovado pela Alego em 24 horas.
Assim como publicou o Brasil, o deputado virou notícia no meio da semana por conta de uma declaração polêmica feita durante uma sessão na Assembleia Legislativa do estado (Alego). Na ocasião, ele afirmou que deveria estar preso, por ter financiado os acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente a quartéis do Exército após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante sua fala, Amauri Ribeiro comparou a sua situação à do coronel Benito Franco, da Polícia Militar (PM) de Goiás, que acabou sendo preso em 18 de abril durante a Operação Lesa Pátria, uma ação da Polícia Federal (PF) que foi deflagrada por conta investigação sobre os atos de 08 de janeiro.
Na ocasião, assim como publicou o Brasil123, apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto -, em atos sem precedentes na história do Brasil.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, Amauri Ribeiro já era investigado pela própria PM por ter divulgado nas redes sociais um vídeo em que afirmava que Lula “não tomaria posse no dia 1º de janeiro”. “Eu não vou debater aqui sobre a questão do coronel Franco, porque eu acredito que um dos deputados que tenham subido aqui e defendido esse coronel fui eu, sempre”, começou o deputado em sua declaração nesta quarta.
“A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem desse estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso”, afirmou ele, que na sequência confessou ter ajudado financeiramente as pessoas que estavam nos acampamentos reclamando da vitória de Lula nas eleições.
“Respondendo ao senhor, deputado Mauro Rubem [PT], eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender. Eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha na visão de vocês”, disse ele, completando que levou comida, água e ainda ficou na porta dos quartéis por ser “patriota”.
“Então, respondendo a sua pergunta, o dinheiro não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação e que defende esse país e não concorda com governo corrupto e bandido”, finalizou o deputado, em uma declaração que foi grava pela “TV Alego”. Veja o vídeo:
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