O deputado federal Otoni de Paula (MDB) foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados. A indicação foi informada neste sábado (23) pela gestão do chefe do Executivo. Hoje, o líder do governo na Câmara é o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Abaixo dele, existem outros 14 vice-líderes, sendo que o regimento interno da Câmara permite ao presidente da República indicar até 15 vice-líderes dentre os que fazem parte dos partidos que apoiam o governo.
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Essa não será a primeira vez que Otoni de Paula desempenha o papel de vice-líder do governo. Isso porque ele exerceu o cargo em 2020, mas acabou deixando o posto em junho do mesmo ano após ter proferido ataques contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na ocasião, o deputado publicou vídeos em que chamava o ministro Alexandre de Moraes de “lixo”, “tirano” e “canalha”, entre outras ofensas. Por conta disso, a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou o parlamentar ao STF, acusando-o de crimes como difamação, injúria e coação.
Ainda à época, o Otoni de Paula postou mensagens em uma rede social incitando manifestações, caso o Senado não aprovasse um eventual pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Por conta das declarações, a Justiça de São Paulo determinou que as redes sociais removessem as postagens feitas pelo deputado. Após isso, ele pediu desculpas, mas afirmou em nota que suas falas refletiam seu “direito de expressão”.
Já no ano passado, a pedido da PGR, Alexandre de Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PL) em endereços ligados ao deputado Otoni de Paula. De acordo com o ministro, o intuito foi apurar se o parlamentar estava incitando a população, por meio das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia e o Estado Democrático de Direito.
Decisão de Bolsonaro após perdão a parlamentar
A nova indicação de Bolsonaro foi feita um dia após o chefe do Executivo ter anunciado o perdão da pena do deputado federal Daniel Silveira (PTB), que foi condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo STF. Desde que foi tomada, a medida tem sido criticada por políticos e especialistas. Isso porque, de acordo com eles, a decisão de Bolsonaro é “inconstitucional” e também “ilegal”.
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