Nesta última sexta-feira, o deputado federal Yury do Paredão (PL), postou uma fota ao lado do presidente Lula, dessagrando colegas de partido e apoiadores do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Em postagem feita no seu Intagram, Yury disse que foi uma “honra recepcionar o presidente Lula em Juazeiro do Norte”, cidade localizada na região sul do Ceará, estado onde Lula cumpriu agenda nesta última sexta-feira.
Além de Lula, estão presentes na foto o ministro da Educação, Camilo Santana, o líder do governo na Câmara, deputado Zé Guimarães, além do governador do Ceará, Elmano de Freitas, sendo todos filiados ao PT, partido do atual presidente da República. Nos bastidores do PL, colegas de Yury defendem que o fato ocorrido é caso para expulsão do partido.
Nesse sentido, deputados chegaram a lembrar que o caso é bastante similar a situação da ex-ministra Flávia Arruda, que apareceu realizando elogios ao presidente Lula, e, devido a isso, solicitou a saída da legenda. O deputado André Fernandes, do PL, é um dos parlamentares que solicitaram publicamente a expulsão de Yury do partido devido ao fato.
“Deputado do PL que posa ao lado do maior ladrão da história do Brasil em foto tem que ser expulso imediatamente do partido. Quem tem “honra” em receber Lula, não tem honra para permanecer no nosso partido”. A expectativa é que a expulsão seja discutida na próxima semana e a decisão deverá ser tomada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
Bolsonaristas chamaram o deputado Yury de “traidor”
Comentários publicados nas redes sociais mostraram que bolsonaristas vem chamando o deputado Yury do Paredão de “traidor”. Embora muitos solicitem a expulsão do deputado de seu partido, outros defendem que ele deva ser apenas punido. Um dos que defendem essa tese é Carlos Jordy (PL), líder da oposição na Câmara.
“Está mostrando um desrespeito tremendo com o maior partido de oposição da Câmara. Eu não sei qual a intenção dele com isso, não sei se ele está querendo emendas, não sei se ele está querendo ser expulso do partido”, disse Jordy em vídeo. “Já conversei com os dirigentes da legenda e não vamos dar esse gostinho para ele. Com a expulsão, ele carrega o mandato dele. Ele vai ficar no partido, mas nós vamos deixar ele no sal”, completou o deputado.
Não foi a primeira vez que Yury acenou ao governo de situação. Ainda no início do ano, quando o Planalto ainda se articulava para evitar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos ataques golpistas de 8 de janeiro, Yury chegou a retirar sua assinatura do requerimento. “Tenho uma posição de independência do PL, sempre estive aberto ao diálogo e focado principalmente na democracia. Com certeza terei discordâncias com qualquer governo, mas a política tem que performar acima das pautas. Ser oposição ferrenha vai atrapalhar o andamento das melhorias”, disse Yury na época.