O deputado Luis Miranda (DEM-DF) participou, na noite dessa segunda-feira (12), do programa “Roda Viva”, da “TV Cultura”. Durante o programa, o parlamentar comentou sobre a reunião que ele denunciou as irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.
Na entrevista, o deputado negou diversas vezes que tenha um áudio da conversa que teve com o chefe do Executivo no dia 20 de março, ocasião em que, junto com seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, ele teria denunciado irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.
“Eu jamais gravaria um presidente da República […] Mas eu não estava sozinho na sala”, salientou o deputado. Com essa afirmação, os jornalistas que participaram da bancada concluíram que, muito provavelmente, o irmão do deputado tenha gravado o encontro, tese que não foi refutada por Miranda.
“Nunca falei que existe áudio, de minha parte, dificilmente poderia afirmar que eu conheço algo sem estar no lugar daquela pessoa e os motivos pelo qual, de repente, não quer se expor, não quer colocar algo tão grave disponível para imprensa em primeiro momento”, disse o deputado.
Em outro trecho da entrevista, todavia, ele defendeu que, mesmo que tivesse gravado a conversa, não teria cometido crime, pois, segundo ele, não se configura delito quando uma pessoa grava uma reunião que ela mesmo participa.
Na sequência, ele chegou a dar um conselho para o presidente. “Eu escutei hoje uma declaração do presidente e ele deveria buscar melhor sua assessoria jurídica, porque quando você faz parte da reunião em si, gravar não é crime. Isso está na nossa Legislação. Isso serve inclusive para se proteger”, disse Miranda.
A declaração de Jair Bolsonaro (sem partido) em questão citada pelo parlamentar foi feita nesta segunda (12), quando o chefe do Executivo deu uma entrevista coletiva na qual afirmou que “nada foi tratado com Luis Miranda com a ênfase que ele está dizendo, até porque ele foi tratar de diversos assuntos”. “Se ele gravou está forjado o caráter dele. Se ele gravou é problema dele, é a consciência dele que manda”, disse Bolsonaro. Veja a entrevista completa:
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