Solto há cerca de quatro meses, o deputado federal Daniel Silveira (União) voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é alvo de um processo justamente por ter protagonizado ataques proferidos contra membros da corte.
O novo ataque foi registrado no domingo (13), enquanto o deputado estava em um evento conservador em Londrina, no Paraná. O encontro contou a participação de políticos bolsonaristas, incluindo o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (União).
Em seu discurso, sem citar o nome de ninguém, Daniel Silveira disse que, hoje, o STF conta com uma estrutura “deficitária de pessoas que tenham bússola moral”. Ainda de acordo com ele, apenas dois ministros são “decentes”: Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados pelo chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).
“Hoje nós temos dois nomes que são decentes e vão ser imparciais, que é o Kassio Nunes e o André Mendonça. O restante, sim, tinha que se aposentar com 60, 50, talvez nem ter entrado. Porque precisamos de pessoas sérias”, disse o deputado federal.
Réu no STF
Hoje, Daniel Silveira é réu e espera seu julgamento no STF por conta da acusação de ele ter incitado as Forças Armadas contra o STF e ainda ter estimulado atos de violência contra os ministros em dois vídeos postados no ano passado.
Assim como publicou o Brasil123, o parlamentar foi preso em fevereiro de 2021 após uma determinação do ministro da Corte, Alexandre de Moraes. Alguns meses depois, ele recebeu o benefício da prisão domiciliar e, em novembro, o mesmo ministro concedeu a ele a chance de responder ao processo em liberdade.
Desde então, ele tem dito a seus apoiadores que sua prisão foi uma arbitrariedade do STF, o que pode, segundo ele, acontecer com outras pessoas. Nesse sentido, ele diz que as eleições deste ano serão as mais importantes “das próximas três décadas”.
Dentre os motivos, afirma ele, está justamente o STF. Isso porque será o próximo presidente o responsável por indicar, em 2023, os substitutos para Rosa Weber e Ricardo Lewandowski, que vão se aposentar. Ou seja, para ele, é fundamental que o Bolsonaro seja reeleito e consiga indicar mais ministros com pensamentos iguais ao dele.
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