Deltan Dallagnol (Podemos), que hoje é deputado federal, mas antes disso era procurador e atuou na operação Lava jato, da Polícia Federal (PF), afirmou neste sábado (25) que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cometeu crime de responsabilidade ao comentar sobre o plano de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) de matar o senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades.
“As palavras de um presidente da República, que é o símbolo máximo das instituições brasileiras, tem consequências muito graves na realidade e geram instabilidade”, começou ele durante entrevista ao canal “CNN Brasil”. “As ações dele quebram com a dignidade, o decoro do cargo, e isso é um crime de responsabilidade”, completou o parlamentar, fazendo alusão ao Artigo 9 da Lei do Impeachment.
Ainda durante a entrevista, o deputado revelou que existem colegas que estão trabalhando em um pedido de impeachment contra Lula – ele disse que assinará o eventual pedido quando finalizado. De acordo com Deltan Dallagnol, a discussão sobre o impeachment deve ser feita “no mínimo para chamar o presidente para a responsabilidade”.
As declarações de Lula
Depois que vieram à tona o plano para atacar Sergio Moro, Lula afirmou que, se o caso “for mais uma armação, Sergio Moro ficará mais desmascarado ainda”. “Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso e vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e ficar sabendo da sentença”, disse o petista.
Por conta da declaração, Sergio Moro, questionou de Lula não tinha “vergonha” de seu comportamento. “Então quero perguntar ao senhor presidente da República: O senhor não tem decência? O senhor não tem vergonha com esse seu comportamento? O senhor não respeita a liturgia do cargo?”, começou Sergio Moro.
“O senhor não respeita o sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita o combate que os agentes da lei, e aqui eu me incluo, como ex-ministro da justiça e, antes, juiz, o combate que nós fizemos ao crime organizado”, questionou o senador.
Em outro momento, o ex-ministro afirmou que não pode admitir que o presidente da República trate um assunto como o da operação “dando risada e mentindo à população brasileira, sugerindo que poderia ser, de alguma forma, uma armação feita da minha parte”.
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