O deputado Rogério Corrêa (PT) apresentou, nesta sexta-feira (26), um requerimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos de 08 de Janeiro que tem como foco a convidar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) para que ele seja ouvido pelos deputados e senadores que hoje compõem a cúpula.
De acordo com informações do portal da Câmara dos Deputados, o convite de Bolsonaro, agora, será votado no plenário da CPI. Isso, na próxima semana, quando os integrantes da comissão também votarão um requerimento apresentado pelo senador Rogério Carvalho (PT), que quer que o colegiado aprove o convite de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O aliado de Bolsonaro, hoje, Mauro Cid se encontra preso. Ele foi capturado no começo deste mês durante uma operação da Polícia Federal (PF). O motivo: ele é suspeito de ter participado de um esquema que culminou na fraude do cartão de vacina de Bolsonaro e familiares para favorecer o ex-presidente.
Até esta sexta, a CPI dos Atos de 08 de Janeiro já havia acumulado 417 requerimentos gerais, o que engloba não só de convocações, mas também de quebras de sigilo e pedido de informações. A CPI foi instalada na quinta (25) e, até o momento, os parlamentares pediram, por exemplo, autorização para as quebras de sigilos de mensagens dos investigados na operação que prendeu Cid.
Na semana passada, Bolsonaro esteve no gabinete do filho, senador Flávio Bolsonaro (PL). Na ocasião, ele conversou com jornalistas e disse que iria comparece à CPI caso fosse convocado. Por lei, pessoas convocadas são obrigadas a comparecer quando convocadas. O mesmo não acontece quando o requerimento é um convite, que também não obriga que o depoimento seja dado em condição de testemunho, quando a pessoa tem que se comprometer a falar a verdade
Como citado no começo da matéria, o deputado fez um pedido de convite, ou seja, o ex-presidente, mesmo com o requerimento aprovado, não precisará ir até à comissão. Ao justificar o requerimento, Rogério Corrêa afirmou que os ataques ocorreram devido a “reiterada ação de vários atores políticos inconformados com a derrota eleitoral”.
“Os atos de vandalismo e terrorismo referidos foram gestados antes mesmo das eleições, com as reiteradas ações do Presidente da República que levantavam suspeitas relativamente à segurança das urnas eletrônicas, desafiando as decisões judiciais e criando eventos que corroboravam o estado de agitação permanente de seus apoiadores a partir de eventos oficiais”, disse ele.
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