Filipe Barros (PL), deputado federal, prestou depoimento nesta segunda-feira (28), por cerca de duas horas, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O parlamentar esteve no local na condição de testemunha em uma ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Essa oitiva em questão faz parte do processo em que o PDT acusa o ex-chefe do Executivo de ter cometido crime de abuso de poder político por conta da reunião que Bolsonaro convocou com embaixadores no Palácio do Planalto, em junho de 2022 – na ocasião, o ex-chefe do Executivo, sem nenhuma prova, teceu ataques ao sistema eleitoral.
O depoimento de Felipe Barros no caso, que pode levar à inelegibilidade de Bolsonaro, foi solicitado pela defesa do ex-presidente autorizado pelo corregedor-geral eleitoral, o ministro Benedito Gonçalves – o parlamentar foi o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, rejeitada pela Câmara em 2021, e ainda teve acesso a inquérito da Polícia Federal (PF) que apurava ataque hacker ao TSE.
Em 2021, assim como publicou o Brasil123, Bolsonaro divulgou dados desse inquérito ao lado de Felipe Barros no momento em que a dupla participava de uma live. Essa transmissão culminou na abertura de uma investigação na Polícia Federal, que afirmou ter visto indícios de crime tanto na conduta do deputado quanto do ex-presidente.
Na ocasião, a Polícia Federal revelou não ter pedido o indiciamento de Felipe Barros e Bolsonaro por conta de um motivo: a falta de um entendimento pacífico do Supremo Tribuna Federal (STF), que ainda diverge sobre a possibilidade de a PF indiciar um político com foro privilegiado.
No ano passado, em fevereiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronunciou sobre o caso e pediu o arquivamento do inquérito, afirmando que não houve crime na conduta dos dois políticos porque, segundo o órgão, o documento vazado pela dupla não estava protegido por sigilo.
Assim como explicado, o processo em questão pode culminar na inelegibilidade de Bolsonaro. Na semana passada, Ciro Nogueira (PP), senador que foi ministro na gestão do ex-presidente, afirmou que uma eventual inelegibilidade do ex-chefe do Executivo pode deixá-lo mais forte politicamente falando.
“Se cometerem essa injustiça […], ele vai se tornar muito mais forte. O Bolsonaro inelegível vai ficar muito mais forte do que ele elegível”, afirmou ele, completando que a prioridade é a candidatura do ex-presidente nas eleições de 2026. Isso porque, de acordo com o parlamentar, a “política tem fila”.
Nesse sentido, relata o senador, caso Bolsonaro não possa concorrer, o grande nome após o dele para disputar a presidência é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “pela forma como ele tá conduzindo o governo de São Paulo, pelo tamanho de São Paulo”.
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