O deputado bolsonarista Frederico D’Ávila (PSL) foi notificado na quinta-feira (21) pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) após ter ofendido o Papa Francisco e também o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.
De acordo com as informações, a notificação veio depois que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e quatro representações de outros parlamentares cobraram uma punição pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.
Além de ter sido enviada ao deputado, a notificação também foi encaminhada para a presidente do Conselho de Ética da Alesp, a deputada Maria Lucia Amary (PSDB). Agora, Frederico terá o prazo de cinco sessões do plenário, a partir da sessão realizada nesta sexta (22), para apresentar sua defesa prévia.
Reunião no Conselho
Após ter enviado sua defesa, a presidente do Conselho de Ética marcará uma reunião onde será julgado a admissibilidade ou não das representações apresentadas pelos deputados que desaprovaram o ato.
Até o momento, foram quatro pedidos registrados com o mesmo intuito: punir o parlamentar. Todavia, a informação é que, nos próximos dias, mais um pedido deverá ser anunciado, pois outro deputado já protocolou o requerimento e a solicitação está sendo registrada.
Entenda o caso
As ofensas feitas por Frederico D’Ávila aconteceram depois que o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, disse que “para ser pátria amada não pode ser pátria armada”.
Logo após a declaração, o deputado, durante um discurso no plenário da Alesp, comentou a fala do arcebispo e ainda ofendeu ele e também o Papa Francisco, chamando-os de “vagabundos”, “safados” e “pedófilos”. Além disso, ele ainda afirmou que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) “é um câncer”.
Pedido de punição
Depois do episódio, a CNBB enviou uma carta para a Alesp cobrando que o deputado fosse punido. Além disso, a entidade ainda adiantou que iria acionar a Justiça contra o parlamentar.
“Com ódio descontrolado, o parlamentar atacou o Santo Padre o Papa Francisco, a CNBB, e particularmente o Exmo. e Revmo. Sr. Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. Feriu e comprometeu a missão parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes”, disse o comunicado.
Após a repercussão das ofensas, Frederico D’Ávila foi às redes sociais e pediu desculpa pelas palavras. No comunicado, ele alegou que estava abalado no dia, pois, “por pouco, não foi vítima de homicídio por um assaltante em frente à esposa e os filhos na cidade de São Paulo”.
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